A passagem do português durou apenas 15 jogos. Não pediu a contratação de nenhum reforço, afinal, a situação financeira do clube é crítica.
Veio a pandemia, o corte de 70% no salário do treinador e, como se não bastasse, atrasos no pagamento. Jesualdo ainda perdeu titulares que exigiram, na Justiça, a rescisão imediata do contrato, por conta da péssima administração dos dirigentes.
A três dias do início do Campeonato Brasileiro, Jesualdo foi demitido.
No meio de uma pandemia.
E pior: foi demitido por conta de uma eliminação precoce no Paulista, porque não teve tempo suficiente para reajustar o time após um período de quatro meses de inatividade.
Jesualdo chegou ao Santos encantado, pois estaria pisando no mesmo lugar em que Pelé jogou. Infelizmente, o que conheceu foi o clube de Peres, e é justamente essa desilusão que vai levar para a sua carreira.
O Santos contratou Jesualdo embalado pela onda de inserção de treinadores estrangeiros no Brasil. No ano passado, Jorge Jesus e Sampaoli foram os maiores destaques da temporada. Pelo sucesso do ex-técnico do Flamengo, foi criada uma falsa impressão de que a escola portuguesa de treinadores seria benéfica ao futebol brasileiro. O que pouco se discutiu na época é que Jesualdo Ferreira e Jorge Jesus têm estilos totalmente diferentes, e parece que seu estilo conservador não agradou a diretoria santista – como se isso gerasse surpresa entre os dirigentes. Logo, a impressão gerada é de que contrataram um desconhecido, mas que era de Portugal..
Trazer um treinador que não tem conhecimento do futebol brasileiro, da rotina de trabalho e das competições exige muito tempo e paciência. Era o mínimo, mas nem isso Jesualdo teve. Também faltaram reforços, atletas, salários… Coisas básicas para qualquer treinador ter um trabalho digno no clube.
O próximo que assumir o Santos deve ser muito corajoso, iludido ou louco.