Devido à pandemia, o calendário da F1 teve que ser totalmente reformulado e na busca por locais seguros – embora sempre sem a presença de público – algumas corridas foram programadas para dois domingos seguidos, no mesmo circuito. Foi o que vai acontecer neste domingo em Silverstone, onde a F1 vai correr novamente, após te-lo feito domingo passado, com a vitória de Hamilton e sua Mercedes.
O prognóstico, por sinal, é o mesmo, com o piloto inglês ganhando as honras de favorito e a Red Bull do holandês Verstappen se colocando como principal adversário, caso ocorra algum defeito na Mercedes. Para a Ferrari, cujo carro mostrou claramente não ser competitivo, fica a esperança de uma ajuda da sorte para obter um bom resultado. “Não somos competitivos para aspirar a uma vitória” – declarou aliás recentemente o chefe da equipe Mattia Binotto – e isto retrata fielmente a situação técnica atual da Formula 1.
Tecnicamente a corrida deste domingo, que levará, pela primeira vez na história, um nome totalmente diferente daquele relativo à localidade onde será disputada (chamar-se-á GP 70º Aniversário) se diferenciará pela decisão da Pirelli de levar pneus mais macios. Isto deixa prever, para o acerto dos carros, a escolha de uma menor pressão aerodinâmica e a possibilidade de tornarem-se necessários 2 pit-stops em lugar de um só.
Aliás, Silverstone para mim representa o começo oficial, em sentido profissional, de minha relação com a F1, embora já em 1948 e 1949 tivesse seguido a temporada argentina. Naqueles anos, com efeito, desfrutando da popularidade de ídolos em ascensão como Juan Manuel Fangio e Froilán Gonzales, os principais pilotos europeus vinham à Argentina (e depois ao Brasil, em Interlagos e na Gávea) para algumas corridas no inverno europeu. Entre eles, destaque total para Nino Farina, com Alfa Romeo 3.000 (igual à possuída pelo brasileiro Chico Landi) e Luigi Villoresi, com Maserati 1.500.
Antes disso, minha relação com o automobilismo de competição era apenas a de uma criança que, levada pelas mãos do pai, ia ao autódromo de Monza torcer pelo ídolo (não só meu, mas de milhões de italianos) Tazio Nuvolari.
Assim, meu julgamento profissional sobre os pilotos que vi em ação começa nessa época, e não antes. E é por isso que coloco o argentino Juan Manuel Fangio como o maior de todos, único a sagrar-se campeão mundial, na conquista de seu derradeiro título, em 1957, com um carro inferior aos rivais. Com efeito, é indiscutível que as Alfa Romeo 159 eram melhores que a Maserati 250F de que dispunha Fangio. Além de ter que enfrentar não apenas um único adversário, mas um timaço composto pelos britânicos Collins e Hawthorn, pelo francês Trintignant, pelo alemão Von Trips, pelo espanhol De Portago e pelos italianos Musso, Perdisa e Castellotti.