Após o fim da 2ª Guerra, em 1945, exatamente em 17 de julho surgia o primeiro veículo civil da Jeep, o CJ-2A. Cabe aqui uma curiosidade, para quem não sabe, o nome Jeep deriva de GP, um veículo construído no pós Guerra para todos os propósitos, ou, General Purpose (GP). Portanto era obviamente necessário um veículo robusto, que servisse como um veículo de trabalho para agricultores e trabalhadores da construção. Para isso, podia ser equipado com assentos extras (de passageiro na frente e traseiros), tomadas de força para implementos agrícolas, guincho, removedor de neve e outras ferramentas. Outras opções ainda eram espelho retrovisor central, capota de lona, guincho, elevador hidráulico traseiro, cortador de grama, limpadores de para-brisa duplos a vácuo, lanternas traseiras duplas, aquecedor, degraus laterais e protetor da escova do radiador.
Nesse momento foi que surgiu a famosa grade dianteira com sete fendas, que virou a marca registrada da Jeep até os dias de hoje. O CJ-2A era muito semelhante ao primeiro Jeep, o Willys MB, porém esse tinha grade com nove fendas, faróis eram maiores, o estepe foi para a lateral, a tampa de combustível era externa além de outros itens.O motor “Go-Devil”foi mantido e a transmissão T-90 foi substituída pela T-84 do MB.
Porém, o Jeep CJ-2A não durou muito, vender 215 mil unidades e teve quatro anos de produção, até 1949, mas deixou um importante legado que deu origem à família CJ (abreviação de civilian Jeep ou Jeep civil em português que continuou até a década de 1980 e continua vivo até hoje como o Gladiator e Wrangler. No ano de 1949 foi introduzido na linha de produção o CJ-3A, que tinha o eixo traseiro mais forte, para-brisas de peça única e motor de quatro cilindros com cabeçote me L. Ele deu origem à família CJ de veículos off-road de carroceria compacta, que durou mais de 40 anos, até 1986.
Em 1953 o modelo foi atualizado virando o CJ-3B e no ano seguinte começou a ser montado em São Bernardo do Campo (SP) pela Willys-Overland do Brasil, com grade frontal e capô mais altos que o antecessor, para acomodar o novo motor Hurricane, de quatro cilindros. Nesse mesmo ano a Willys-Overland foi vendida para Henry J. Kaiser por U$ 60 milhões e durante 16 anos estabeleceu fábricas em 30 países e veículos Jeep foram comercializados em mais de 150 nações. Em 1965, o novo motor V6 Dauntless foi introduzido como opção tanto para o CJ-5 quanto para o CJ-6 que com 155 cv, quase dobrou a potência do propulsor padrão, de quatro cilindros. Foi a primeira vez que um Jeep CJ pôde ser equipado com um V6.
Em 1970 a Kaiser foi comprada pela American Motors Corporation (AMC), momento em que veículos 4×4 estavam muito populares e oito anos depois a produção desses veículos chegou a 600 por dia.Em 1976 veio a grande mudança com o CJ-7, onde a distância entre eixos era 25 cm maior que o CJ-5 a fim de permitir espaço para uma transmissão automática. Pela primeira vez, o CJ-7 ofereceu teto de plástico moldado e portas de aço como opcionais. O CJ-7 com entre eixos de 2,37 m e o CJ-5 com 2,12 m foram produzidos até 1983, quando a demanda pelo modelo maior deixou a AMC sem escolha a não ser descontinuar o CJ-5, após 30 anos de produção.
Em 1981 foi introduzido o Scrambler, semelhante ao CJ-7 mas com distância de entre-eixos maior. Era conhecido internacionalmente como CJ-8 e estava disponível nas versões com teto removível ou com capota. Menos de 30 mil Scramblers foram fabricados até 1985, tornando-os extremamente populares entre colecionadores. O Jeep CJ-7 foi substituído em 1986 pelo Jeep Wrangler, que trouxe mais tecnologia preservando o estilo tradicional, para seguir na mesma trilha. O modelo segue evoluindo no mercado até hoje, estando na quarta geração. Vale lembrar ainda que o CJ-8 tem na nova picape Gladiator uma digna herdeira, desde 2018.
O sucesso dos veículos CJ é indiscutível e os números atestam isso, mais de 1,5 milhão de veículos produzidos.
Hoje então, é o dia de comemorar esse legado!