Finalmente (este advérbio nunca calhou tão bem) começa, neste domingo, o campeonato de Fórmula 1. E será um mundial diferente de tudo quanto vimos desde 1950 até nossos dias, a começar pelo fato de que, já na sua largada, termos, no mesmo circuito, dois GPs seguidos.
Assim, neste domingo disputa-se o GP da Áustria e, no domingo sucessivo, o mesmo circuito sediará o denominado GP da Estíria (ou Steiermark, em alemão), numa duplicidade que tornou possível estabelecer este número mínimo (pelo menos até hoje) de 8 corridas. Um número que permite atingir o limite mínimo estabelecido com a televisão, fonte de renda cada vez mais importante para a Fórmula 1 já que não teremos, ao menos por ora, presença de público nos autódromos.
Se tudo isso constitui uma novidade, não se pode dizer o mesmo com relação às forças em disputa. Os treinos, por sinal, deixaram claro que a Mercedes, com Hamilton líder e Bottas como seu fiel escudeiro, está um degrau acima das demais equipes. E apenas a Red Bull, com Verstappen, poderá, em algumas oportunidades, fazer-lhe frente enquanto a Ferrari fica, desde já, relegada à posição de terceira força. E sem qualquer chance de progredir, já que as carências de seu projeto, em termos de grip aerodinâmico, são claras e sua drástica redução implicaria numa igualmente drástica redução da velocidade máxima.
Quanto à disputa entre os pilotos, deixando de lado Mercedes e Red Bull, onde os números 1 estão perfeitamente definidos, será muito interessante ver como vai se comportar Vettel na Ferrari. Esta, como se sabe, será sua última temporada com o carro de Maranello, e a seu lado estará Leclerc, em que a direção da equipe italiana deposita muitas esperanças para o imediato futuro.
Assim é bom, para quem a partir de domingo ficará à frente da TV, preparar-se para ver – e aplaudir – mais uma temporada de Fórmula 1 de absoluto domínio do time da estrela solitária. Embora uma torcida contrária seja perfeitamente admissível (e, em certos casos, até lógica) mas absolutamente irreal.
CARACTERÍSTICAS DA PISTA
– O Red Bull Ring, o descendente do famoso Österreichring, consiste em uma volta curta, mas cheia de ação, com asfalto liso com muitas subidas e descidas. É tudo sobre tração e frenagem: além de evitar o tráfego na qualificação. A volta curta também significa que a diferença de desempenho entre os compostos deve ser muito pequena.
– Com ambas as corridas sendo realizadas no início de julho, a temperatura ambiente deve ser alta. No entanto, a localização da pista nos alpes significa que o clima variável também pode se tornar uma possibilidade.
– No passado, esta prova tem sido tradicionalmente marcada por ser de apenas uma parada nos boxes. A maioria das curvas é para a direita, mas as duas mais exigentes são, na verdade, para a esquerda: o que significa que os pneus entram nelas relativamente frios cada vez.
– O circuito localizado em Spielberg gerou bolhas em pneus nas edições passadas, especialmente quando estava mais quente. Em 2019, com a introdução da especificação dos pneus para aquele campeonato, esse fenômeno foi bastante reduzido. Isso aconteceu particularmente no eixo traseiro, mesmo que as temperaturas tenham sido consideravelmente mais altas do que as enfrentadas em 2018.