Testei o menor suv premium da Audi na versão topo de linha, Black Edition, para explicar como funciona um suv 4×2, associado a um modo de eficiência chamado “Audi Drive Select”, que possibilita inclusive, encarar alguns trechos de offroad.
Quando estamos ao volante de um suv, a primeira sensação que temos é a da segurança, principalmente pelo porte sempre mais avantajado, mas com a carroceria mais alta que outros modelos, pode passar a representar exatamente o contrário, a falta de segurança, principalmente em curvas.
Para ter resultados melhores nesse aspecto, a maioria dos suv´s é dotado de tração nas quatro rodas, justamente para deixar o carro mais no chão e com maior controle ao volante, inclusive em curvas, suavizando essa sensação.
Mas como não é regra, existem alguns que são apenas 4×2, como no caso do Audi Q3 avaliado, que passou a não ser mais oferecido com a tração Quattro, mesmo nesta versão mais cara. Mas para não perder as características do modelo e principalmente no aspecto da segurança, a marca manteve o sistema de modo de eficiência Audi drive select, inclusive com a opção “offroad”.
Na prática, você opta como dirigir, como por exemplo, no modo “offroad”, mesmo não sendo 4×4, o sistema se ajusta para que na condição de fora de estrada o conjunto esteja pronto para enfrentar pouca aderência, maior força em baixo giro, além do cambio favorecendo o torque e mantendo o giro do motor alto com toda a potencia à disposição.
Mas não se limita a isso, automaticamente o controle de tração é desativado para não cortar força do motor quando mais você precisar dela. Passa também a controlar eletronicamente o freio na descida, que atua não só para frente, mas também em marcha a ré, evitando a descida descontrolada em um piso escorregadio.
Com isso, ele se torna quase um 4×4, sem ser de fato um. Caso não existisse esse modo de condução, para encarar uma subida de terra, você precisaria em primeiro lugar desligar o controle de tração, depois calcular com quais marchas pretende encarar o obstáculo à frente e provavelmente teria que fazer as trocas manuais para conseguir gerenciar o tempo de cada uma, o que demandaria muito trabalho e atenção, além de aumentar a chance de alguma coisa sair errado.
Sugerindo que seja a mesma situação que enfrentei no teste, onde se tratava de uma subida longa, com inclinação superior a 30º, cascalho solto, terra úmida argilosa, curvas no percurso e baixíssima aderência que só venci após três tentativas que vou descrever como foram executadas abaixo:
Primeira tentativa: Velocidade próximo dos 20 km/h no modo “auto” do drive;
Segunda tentativa: Velocidade aumentada para próximo dos 40km/h e acionado o modo “offroad” do drive;
Terceira tentativa: Esvaziei 40 segundos dos pneus dianteiros (Tração), aumentei a velocidade para 60km/h (limite máximo para o local), mantive no modo “offroad” e ainda ajudei movimentando rapidamente o volante de um lado para o outro para ganhar aderência.
Cheguei ao topo de uma montanha, onde somente veículos com tração nas quatro rodas costumam chegar. Exigiu experiência, conhecimento técnico e cautela, mas sem a opção offroad do drive eu não conseguiria.
O novo modelo já tem o design atual da marca, com a grade frontal octogonal do Q8, lateral com ombro mais alto e novo vinco que flui com a nova lanterna traseira. Internamente ganhou novo painel com tela MMI e design octogonal também.
Nas dimensões, ficou maior 97mm, mais largo 25mm e na altura reduziu 2mm. Entre eixos cresceu 77mm para trazer maior versatilidade no espaço interno, possibilitando manter de série o banco traseiro corrediço para facilitar o layout interno e flexibilizar o transporte de pessoas e cargas, mesmo que em conjunto.
Com isso o porta-malas também cresceu 70 litros, subindo sua capacidade para 530 litros, apenas 20 litros menor que o do Q5. O tampão tem espaço abaixo do banco quando precisa ser usado com seu maior espaço cubico que soma incríveis 1525 litros. Com os bancos traseiros com o trilho todo para frente, sem rebater, o porta malas passa a ter 675 litros com a possibilidade de até três pessoas (de pernas curtas) irem sentadas lá.
O desempenho do motor é muito satisfatório para o modelo, com seu propulsor 1.4 TFSI a gasolina que gera 150cv de potencia e 250Nm de torque, associado ao cambio S-Tronic de 6 velocidades e dupla embreagem, que segundo o fabricante registra de 0-100 em 9,3s atingindo a velocidade máxima de 207km/h. O valor dele é 213 mil e esta disponível em nove cores externas e quatro opções de revestimento interno.
Dica do especialista: Seja 4×4 ou mesmo 4×2, esvaziar os pneus no eixo onde tem tração, ajuda muito a ganhar aderência onde os pneus só patinam e não saem do lugar. Para que fiquem iguais dos dois lados, conte 1 e 2 e 3 e 4… Normalmente até criar uma pequena barriga no pneu já é suficiente.
Flávio Verna _ Insta: @Flaviostm