São mais de 50 mil mortos e 1 milhão de casos registrados de infecção por Covid-19, num país que sofre com a falta de estrutura nos hospitais, de profissionais de saúde e de testes para a doença nos setores públicos.
E embora a situação da saúde do país esteja crítica, sem ministro na pasta do Governo Federal, há uma aceleração preocupante por parte dos mandatários de alguns clubes de futebol, por prefeitos e governadores e pelo presidente da República para o retorno dos campeonatos de futebol.
No Rio de Janeiro está o verdadeiro retrato da grande confusão que permeia a atual situação do Brasil. O Campeonato Carioca recomeçou, com Flamengo e Bangu, no Maracanã. Ao lado do estádio, há um hospital de campanha, onde morreram duas pessoas no mesmo dia da partida. E o campeonato não vai parar, ainda mais com o prefeito Crivella criando o verdadeiro caos na cidade com suas trapalhadas.
Em São Paulo, clubes começaram a realizar testes nos atletas e familiares. Enquanto os exames do Palmeiras apontaram que quatro atletas já tiveram contato com o vírus, a situação no Corinthians se mostrou mais preocupante: 21 jogadores testaram positivo para covid-19, sendo que 13 estão recuperados e oito foram afastados. No Tricolor Paulista, um jogador e um funcionário estão infectados e já foram afastados, e no Santos o resultado foi de um jogador e oito funcionários contaminados.
Ainda assim, clubes pressionam os governos de seus estados para o retorno dos jogos. Afinal, essa é a prioridade no país do futebol: há testes para realizar nos jogadores, antes de treinos e jogos, mas não há para a saúde pública.
A volta à normalidade não está na retomada do futebol. Voltar ao normal significa parar de morrer gente.