Andrés é uma personalidade forte no meio esportivo. Gosta de deixar marcas registradas em suas gestões e de promover grandes ações no Corinthians. Como exemplos práticos, a contratação de Ronaldo, a construção do moderno CT Joaquim Grava e o anúncio da construção da Arena em Itaquera, o grande sonho dos torcedores, às vésperas do centenário do clube.
Em seus dois mandatos como presidente do Corinthians, Andrés mostrou que, embora seja muito custoso, é possível que o sonho dos corintianos se torne realidade, independente se isso fuja ou não do alcance financeiro do clube.
“Se não conseguir pagar agora, paga depois…”. E por aí vai o pensamento do cartola.
Andrés Sanchez era vice-presidente do Corinthians na ‘Era Dualib’, marcada por uma série de escândalos e por um rombo histórico nas contas do clube. Em 2007, pouco antes do rebaixamento à Série B ser concretizado, ele assumiu a presidência do clube, no momento mais crítico de toda a história alvinegra.
Ali começou um processo de reconstrução da imagem do Corinthians no futebol, e essa história já conhecemos muito bem: vai da segunda divisão até o título mundial, em 2012. Pelos títulos, pela atração de muitos patrocinadores e pelos negócios com direitos televisivos, foi justamente na ‘Era Andrés’ em que o alvinegro se tornou o clube com maior receita no Brasil, em 2011.
O ano de 2011 marca o encerramento do primeiro mandato de Andrés no Corinthians, quando deixou a presidência do clube para ser diretor de seleções da CBF. Neste mesmo ano, embora tivesse a maior receita do país (R$ 290,5 milhões), acumulava uma dívida de cerca de R$ 178 milhões. Por um lado, isso é até natural, afinal, quanto mais se ganha, mais se gasta. E o que impulsionou esse valor na época foi o investimento realizado no novo CT e a compra de atletas.
O problema é que naquele tempo havia um planejamento para pagar dívidas a longo prazo, envolvendo, principalmente, a Arena Corinthians, e que foi muito mal executado. Até 2013 o clube atingiu o o pico de seu faturamento, e depois as finanças entraram em queda.
O Corinthians arrecadou dinheiro com patrocínios, boas bilheterias e com cotas de televisão. Conseguiu boas premiações de torneios importantes em 2015, 2017 e 2018 – com dois títulos brasileiros e o vice da Copa do Brasil.
Em 2018, Andrés Sanchez assumiu novamente a presidência do Corinthians no momento em que as finanças não estavam nada bem. Assim como em seu primeiro mandato, atribuiu novas dívidas ao clube – em busca de montar um time competitivo –, mas os resultados nas principais competições do país foram ruins, e o clube já não tinha uma grande receita que abatesse uma parte dos débitos.
Para se ter ideia, em 2018 o Corinthians fechou o ano com uma dívida de R$ 476,6 milhões. Já o balanço de 2019 apontou déficit de R$ 665 milhões. Ou seja, o crescimento foi de 40%.
Este é o último ano do mandato de Andrés no Corinthians, e assim como foi em 2011, entregará o posto com dívidas acumulas. Pior: sem uma boa receita.