Amanhecer com os muros da sede pichados é o retrato de que as coisas no clube estão indo de mal a pior. Esse tipo de vandalismo não deve ser exaltado em nenhuma ocasião – muito pelo contrário, deve ser repudiado –, mas a prática se tornou uma normalidade no futebol brasileiro e desencadeia crises. Só que, no caso do Corinthians, os problemas o acompanham há muito tempo.
Primeiro o clube encerra 2019 com uma dívida de R$ 665 milhões. Depois, foi impactado pela pandemia do coronavírus, que paralisou o futebol. Atrasou salários de atletas, demitiu funcionários e foi alvo de ações na Justiça (Maycon, Jonathas e agora Jucilei).
Em meio à crise, contratou Jô e mirou outros reforços – o que irritou a torcida, dado o momento de crise financeira do clube. A justificativa é uma sinuca de bico em que o próprio Andrés Sanchez se coloca: se vender atletas, será acusado de ter contribuído para um desmanche no próprio clube; se contratar, as críticas se voltarão à administração das finanças.
É o último ano de Andrés à frente do Corinthians. E embora este episódio aparente ser inédito, dado o histórico do cartola em suas outras passagens podemos relembrar de que, de fato, não é.