Há exatos 50 anos, o Brasil conquistava o tricampeonato Mundial no México, um episódio que consagrava Pelé como uma lenda do futebol; mas o time não se resumia apenas ao rei do futebol. Ali havia uma reunião de vários craques, e quem teve o privilégio de os assistir, pode afirmar que foi a melhor seleção da história das copas.
Zagallo, que havia substituído João Saldanha às vésperas do Mundial, levou a campo o chamado “time do povo”. “Esse não é o meu time. É o do povo”, desdenhou o treinador após a vitória de 1 a 0 contra a Áustria, com gol de Rivellino, na preparação para a Copa.
O time do povo era uma unanimidade entre os brasileiros, pois havia uma legião de camisas 10 dentro do mesmo grupo: Jairzinho era o 10 do Botafogo; Tostão vestia a 10 no Cruzeiro; Pelé, a 10 no Santos; Gérson jogava com a 10 no São Paulo; e Rivellino, com a 10 no Corinthians.
Juntos, apresentaram ao mundo um futebol mágico. Histórico!
Para mim, o maior retrato daquele esquadrão de atletas se refere em um lance memorável, uma verdadeira obra-prima: o gol de Carlos Alberto Torres, na final contra a Itália. Para muitos, o “gol perfeito”.
Tostão dobrou a marcação com Everaldo, recuperou a posse da bola e iniciou uma troca de passes no campo de defesa. Quando Clodoaldo recebe, ele dá um show de habilidade, livra-se de quatro italianos e entrega para Rivellino. O camisa 11, então, serve em profundidade para Jairzinho, que carrega para o meio e encontra Pelé próximo à meia-lua. O Rei não teve muito trabalho: acionou Carlos Alberto Torres, que entrou pela direta e chutou forte, de primeira, no canto direito de Dino Zoff, coroando a vitória brasileira por 4 a 1.
Quase todos os jogadores tocaram na bola, e mesmo com a presença de Pelé, prevaleceu o espírito de coletividade da equipe.