Cabe uma breve reflexão: o futebol é um espetáculo?
O que vemos como expressões concretas que levam o futebol a ser considerado um espetáculo não se resumem apenas ao que acontece dentro do campo, mas especialmente ao comportamento das torcidas. Ora, se um jogo é ruim, o público vaia; se estiver bom, ovaciona. Só não podemos rotular isso com esteriótipos de alguns costumes europeus, como os torcedores que lotam as arquibancadas, permanecem sentados e suas maiores manifestações são de gritos e aplausos – como se estivessem assistindo a um musical – porque isso, sim, caracteriza “o espetáculo”. Sabemos bem, no entanto, que essas peculiaridades vão muito mais além disso – com gestos, gritos e cantos, por exemplo –, mas o mais importante a frisar é que sempre haverá uma manifestação de torcedores em função daquilo que eles vêem.
Aprofundando a discussão do ponto de vista do espectador, é possível afirmar que isso só acontece porque o futebol é um produto da cultura de massa. Sempre esteve e estará voltado ao público para atender necessidades básicas de satisfação. E, é claro, vale ressaltar que isso também é valorizado em função da distribuição de informações, consumidas pela massa, realizada diariamente pelos veículos de mídia – os maiores responsáveis pela expansão cultural do esporte por todo o mundo.
Agora, em tempos de quarentena, é possível afirmar que esse ‘espetáculo’ teve o seu fim? Afinal, não há mais público… Resposta: Não, porque já sabemos que os grandes veículos de comunicação são importantes para a disseminação desses eventos. O que podemos concluir é que o futebol não se trata apenas de apenas um esporte. Ele influencia o comportamento da sociedade e passa a ser um gigantesco elemento da indústria cultural. Justamente por isso, suas definições podem ir desde uma prática de lazer até ser tratado por muitos como uma religião.