Tudo o que vêm do Governo sobre novas medidas para a retomada do futebol o mais breve possível deve ser confrontado. E isso deve começar pela CBF, afinal, é a entidade que comanda o esporte.
É absolutamente preocupante quando Bolsonaro defende a volta do futebol e diz que, por serem jovens e terem boas condições físicas, os jogadores profissionais têm risco pequeno de morrer caso sejam infectados pelo novo coronavírus – sem embasamento técnico algum para a argumentação.
“No momento, existe já muita gente que entende, que está no meio futebolístico, que é favorável à volta porque o desemprego está batendo à porta dos clubes também. Com essa idade jovem, o jogador, ele dificilmente, caso ele seja acometido do vírus, a chance de ele partir para a letalidade é infinitamente pequena. Até pelo estado físico, pela rigidez que tem esse atleta. Agora, eles têm que sobreviver”, disse Bolsonaro à Rádio Guaíba, de Porto Alegre.
Mais preocupante ainda são os que ignoram esse discurso. E pior: quando alguém do futebol o confronta, há quem critique dizendo que essa pessoa “deve falar apenas de esporte”. Foi o que aconteceu com Raí, diretor executivo do São Paulo. O ex-jogador deu uma declaração pessoal em relação ao posicionamento do presidente no combate à pandemia de coronavírus, e ainda sugeriu a renúncia do político.
Raí tem uma postura correta no futebol, de mostrar-se preocupado com nosso futuro e de se envergonhar com os nossos líderes nessa pandemia. E se a opinião do dirigente impacta na imagem institucional do São Paulo, ótimo para o clube! Afinal, futebol e política devem caminhar juntos.
O que mais precisamos agora é de pessoas que confrontem os ignorantes, pois não podemos ter jogos de futebol que aconteçam sobre uma pilha de corpos.