A lógica é simples: se não há arbitragem, não há jogo. E isso se estende a todos os esportes.
Lembro-me muito bem da decisão entre Corinthians e Sorocaba, pela Liga Paulista de Futsal (LPF), em 2018, quando o árbitro sentiu um problema físico e teve de deixar a partida, paralisando o confronto no ginásio Wlamir Marques, no Parque São Jorge, em São Paulo. O jogo não poderia prosseguir pois não havia substituto para o juiz no local. Foi, então, que tiveram que ligar para um outro árbitro, que estava em casa, do outro lado da cidade, para apitar aquela final. A partida, que marcava a despedida de Falcão das quadras, foi interrompida por 1h30.
Esse fato ilustra muito bem a importância dos profissionais de arbitragem para o esporte. Embora os critiquemos, positiva ou negativamente, com ou sem razão, sabemos que são elementos fundamentais para a realização de eventos esportivos – ainda que não recebam 5% do salário de um jogador da Série A do Brasileiro.
Como gesto desse reconhecimento, a CBF concederá auxílio financeiro aos 479 árbitros e assistentes que compõem o quadro nacional, em meio à pandemia do novo coronavírus. A quantia recebida por cada profissional será calculada segundo a sua categoria correspondente. De acordo com a Comissão Nacional de Arbitragem, além da ajuda financeira, a entidade também oferecerá atendimento psicológico, aulas teóricas via videoconferência e orientações para manter o condicionamento físico durante o período de quarentena.
Por outro lado, em São Paulo, a Federação Paulista de Futebol negou o pedido feito pelo Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo (Safesp) para ‘concessão de remuneração e/ou auxílio financeiro a todos os profissionais da arbitragem’. A entidade se disse ‘impossibilitada’ de ajudar, pois não está recebendo em razão da paralisação dos torneios que organiza.