Yaya Touré está próximo do Botafogo. A definição deve sair amanhã, pela tarde.
Se vier, será pela vontade de jogar no Brasil — não pelo dinheiro. Touré conheceu o país na Copa de 2014 e gostou. Recebeu mensagens de torcedores botafoguenses e se encantou pelo clube.
Yaya Touré foi um dos melhores jogadores que já vi. Bom, ainda é, visto que não se aposentou, o que desmente uma antiga declaração de seu agente. Mas, em sua melhor forma, foi importante para o Barcelona e para o Manchester City — neste alcançou o auge de sua performance no esporte —, ambos dirigidos por Guardiola. Falo de um jogador de excelente saída de bola, passes em profundidade e marcação, além de ser dono de uma privilegiada técnica de finalização.
Para o meio-de-campo, Touré era um jogador completo. Hoje, aos 36 anos, o corpo não responde mais como antigamente. Até por isso, caso realmente venha ao Botafogo, não imagino que jogue como primeiro volante, pois a posição exige muito da parte física. Talvez como segundo, quiçá até mais adiantado.
E é justamente a partir desse ponto que a contratação de Touré me preocupa. Não é apenas pelo ponto de vista financeiro, visto que o Botafogo há pouco tempo atrasava salários. Aparentemente, o clube carioca contrata aquilo que vê pela frente, sem planejamento algum. Se a ida ao mercado fosse mais elaborada, outras posições muito mais carentes (mas muito mais!) já estariam com vagas preenchidas pelos reforços.
Eu fico receoso com essa ida do Botafogo ao mercado. Não vejo um time com uma ideia de jogo definida, com ou sem Touré. Vejo, simplesmente, um time impulsivo ao ver a oportunidade de contratar um jogador renomado.