Quando dizem que o futebol está chato, há lá alguns porquês.
Jamais defenderei uma estúpida regra que pune o jogador por comemorar um gol com a torcida.
Jamais defenderei o árbitro que adverte o jogador por dar um drible no adversário.
Mas digo que o que está na regra deve ser respeitado, e o que o bom senso, a sobriedade e integridade prevaleçam nas decisões da arbitragem.
Regras podem (e devem!) ser revistas. Em 2016, o atacante brasileiro Nathan, ex-Atlético-PR, marcou um gol e, na comemoração, tirou a camisa e fez uma homenagem às vítimas da tragédia do voo da Chapecoense. Pela regra, o árbitro Jochem Kamphuis deveria ter punido o jogador. “Estava ciente de tudo que tinha acontecido, que ele perdeu amigos nesse desastre terrível. Então fingi que nem vi. Decidi me virar e ir para o outro lado do campo. Foi um acontecimento tão terrível, e é tão especial para o jogador que marca um gol poder homenagear seus amigos. Acho que essa foi a melhor decisão que eu pude tomar”, justificou o juiz.
Uma semana antes, Cavani comemorou um gol de maneira semelhante, também em homenagem às vítimas daquela tragédia. Foi advertido com o cartão amarelo.
Não podemos ignorar que aberta a exceção para um, deve ser aberta para outro também. Não acredito que interpretar a regra com bom senso seja a melhor forma para operar o futebol.
Regras são regras e devem ser cumpridas. O bom senso deve haver para a mudança dessas regras ridículas.
E que os jogadores possam comemorar seus gols como quiserem, dentro de seus direitos, sem desrespeitar o adversário.