Foi vendo Kobe Bryant que muitos se apaixonaram pelo basquete, inclusive eu. “Foi o Michael Jordan daqueles que nunca viram Michael Jordan”, como brilhantemente definiu André Kfouri.
Desde o início da carreira, Kobe não era um atleta comum. Saiu do high school e foi diretamente para a NBA: no Draft de 1996, foi o 13º jogador escolhido para atuar pelo Charlotte Hornets, que o transferiu imediatamente para o Lakers. “Com 16 anos, competia de igual para igual com os veteranos da liga”, afirmou Tom Thibodeau, ex-treinador.
Entre os atletas (de todas as modalidades), Kobe era um dos mais atléticos. Treinava incansavelmente arremessos depois dos treinos. Seu grande foco na preparação física é exemplar, e sua obsessão por vitórias o fez uma lenda do esporte.
No Lakers, encabeça a lista dos maiores jogadores. É o maior pontuado, maior vencedor e atleta com mais jogos da história da franquia. Já chegou a marcar 81 pontos numa mesma partida. Só Will Chamberlain conseguiu um feito desses (100 pontos, em 1962). Além disso, foi cinco vezes campeão da NBA, MVP em 2008, e 4º maior cestinha da história da liga, com 33.643 pontos, ultrapassados por LeBron James um dia antes da queda do helicóptero. A última manifestação de Kobe nas redes sociais foi justamente uma postagem em respeito a LeBron: “Continuando a levar o jogo adiante, @KingJames. Muito respeito, meu irmão”.
Kobe também foi escolhido 18 vezes para o All-Star da NBA; mas seu compromisso com a seleção norte-americana de basquete é uma das marcas mais admiráveis de sua carreira. Quando o país ainda contava com os astros da liga nos Jogos Olímpicos, Kobe foi um dos principais nomes daquele que chamamos de Dream Team, e conquistou dois ouros para os EUA.
Fã do brasileiro das mãos santas, Oscar Schmidt — que jogava contra seu pai Joe Bryant, na década de 1980 —, Kobe também tinha como inspirações Magic Johnson e Michael Jordan. Do físico, da técnica e da precisão, Kobe era um atleta perfeito, uma lenda como seus antecessores.
Estará eternamente no hall dos maiores esportistas de todos os tempos. Não só pelo exemplo que deu em quadra, mas pelo engajamento em ações sociais fora dela. É assim que um ídolo se torna um herói.
Obrigado, Mamba. Vá em paz!