Esse foi um ano em que, enfim, nos dedicamos a assistir o futebol feminino. Deixou de ser aquela coisa que só acompanha de quatro em quatro anos, nas disputas de Jogos Olímpicos. Pela primeira vez na história, a Copa do Mundo de futebol feminino foi transmitida pela TV aberta no Brasil.
Um balanço, divulgado em outubro pela Fifa, aponta que 1,12 bilhão de pessoas acompanharam a Copa feminina pela TV ou por alguma plataforma digital. O número praticamente dobrou em relação à edição anterior do torneio. Em 2015, a média de audiência por partida era de 8,39 milhões de espectadores. Em 2019, foram 17,27 milhões de espectadores por jogo.
Foi a Copa em que foi possível observar bandeiras sendo erguidas com clamor. A Rainha Marta comemorou gol pedindo por igualdade no esporte, aproveitando o momento em que todos os holofotes apontavam em sua direção. Megan Rapinoe, melhor jogadora do Mundial, não fez diferente: ela foi um símbolo de luta pela igualdade, contra o racismo e em prol da mulher no futebol; bateu de frente contra os discursos machistas provindos da Casa Branca e conseguiu fazer, ao lado da seleção norte-americana, que os torcedores gritassem por pagamento igualitário durante a premiação da Copa do Mundo.
Durante e depois do Mundial, ainda refletimos e sobre o grande contraste que entre as modalidades feminina e masculina. Vimos que falta investimento no esporte, especialmente no Brasil, onde as portas de entrada parecem cada vez menores.
No Brasil
Também tivemos transmissão dos torneios nacionais na TV aberta, e pudemos ver dois times brasileiros decidindo a Libertadores. Acompanhando esses jogos, além das finais estaduais, como o Campeonato Paulista, por exemplo, observamos um crescimento do público nos estádios.
A Seleção
Na Seleção Brasileira, enfim temos uma mulher no comando da equipe. Pia Sundhage é a primeira estrangeira a treinar o Brasil, e terá como principal desafio preparar o time para a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.
Em seu currículo, a sueca acumula duas medalhas de ouro comandando a seleção norte-americana nas edições de 2008 e 2012, ano em que foi eleita a melhor treinadora do mundo. Já na Olimpíada do Rio, em 2016, levou a Suécia ao segundo lugar do pódio depois de eliminar Brasil e Estados Unidos.
É o nome ideal para levar o Brasil ao protagonismo máximo do esporte.
Mas estamos muito distantes do cenário ideal do futebol feminino, porém é preciso destacar que 2019 foi um ano de melhorias no esporte.