Só em 2019, já aconteceram 42 casos de racismo no futebol. O número espanta, mas ainda é uma normalidade.
Por isso, toda campanha contra o preconceito deve ser ressaltada, justamente para impactar aqueles que não se sensibilizam com as lutas das minorias.
No dia em que Bolsonaro esteve na Vila Belmiro para acompanhar o clássico SanSão, o Santos, em parceria com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, promoveu uma ação em que os jogadores entraram em campo estampando na numeração da camisa dados sobre o preconceito no mês da Consciência Negra.
Extremamente necessário!
Não fizeram com o propósito de o presidente estar na tribuna do estádio, mas casou de alguns desses dados baterem de frente com políticas do atual governo. Um delas, na camisa de Gustavo Henrique, apresentava que 86% dos trabalhadores análogos à escravidão são negros. Além disso, nas costas de Alison, mostrava que 60% dos negros sofrem intolerância religiosa. Bolsonaro já manifestou o interesse de flexibilizar as punições por trabalho escravo e se inclina aos evangélicos em detrimento das religiões de matriz africana, como bem apontou uma matéria do UOL.
Esses números mostram como a população negra ainda sofre no Brasil, seja de forma velada ou explícita, e comprovam como a desigualdade racial ainda é muito presente neste país.