Toda semana acontece um caso de racismo na Itália. São torcedores imitando macacos na arquibancada, é presidente de clube exalando o seu preconceito como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Bom, infelizmente aparenta ser. Porque os casos de racismo no futebol vêm acontecendo com maior frequência.
No final de semana passado, garotos que tinham por volta de 10 anos entraram em campo em Brianza, no norte da Itália, para uma partida de futebol. Chamados de “pulcini”, ou pintinhos, em italiano, eles representavam os clubes Aurora Desio e Sovicese. Em algum momento, o jogo esquentou e uma torcedora do Sovicese gritou para um jogador adversário: “negro de merda”.
Na semana passada, foi com Balotelli, aquela fala natural do presidente do Brescia que tanto repercutiu. Dessa vez, foi com Lukaku, que preferiu responder em campo, na bola.
Além deles, Franck Kessié, Ronaldo Vieira e o brasileiro Dalbert Henrique também foram vítimas de racismo na atual temporada do futebol italiano.
Mas o pior é: ninguém faz nada.
Nenhuma federação europeia, nenhuma entidade. Nada de retratação da Uefa, da Fifa. Nada.
Nenhuma providência foi tomada.
Quer dizer, uma foi. Na Ucrânia, Taison foi expulso após protestar contra torcedores racistas e punido com um jogo de suspensão.
E para mim, o motivo é claro. Basta ver quantos dirigentes do alto escalão europeu são negros.
Eles precisam entender que somente entrar em campo com uma faixa escrita “say no to racism” não é o bastante. Ações precisam ser tomadas, a começar por aqueles que têm poder no futebol.
Enfim, o futebol europeu, especialmente o italiano, normaliza o racismo de uma maneira revoltante.