O GP do Brasil, além da vitória excepcional – e amplamente merecida – de Verstappen, vai passar à história como o duelo entre Leclerc e Vettel que acabou eliminando ambas as Ferrari.
Muito se tem dito e escrito sobre o acontecido e na imprensa italiana o sentimento geral é que foi uma grande “mancada” de ambos, culpando-se porém mais o alemão que o monegasco.
Em minha opinião, a culpa foi de Vettel que, desde a chegada do jovem companheiro, se sentiu incomodado com a situação. Já na entrevista coletiva de apresentação dos dois pilotos, Vettel declarou que, em sua opinião, Raikkonen deveria ter sido confirmado na Ferrari por mais uma temporada enquanto Leclerc continuaria seu aprendizado em F1 com a Alfa Romeo.
Ao forçar a retomada da posição, após ter sido ultrapassado por Leclerc, Vettel mostrou claramente que não se importava em eventualmente causar uma colisão. Uma atitude correta teria sido esperar um ponto da pista onde a tentativa de ultrapassagem pudesse ser feita normalmente. E em Interlagos esses pontos não faltam.
Na prática, Vettel se preocupou com o inegável talento do garoto, representando uma ameaça que o veterano Raikkonen não personificava, e com seu relacionamento no ambiente. Com efeito, não se pode esquecer que o procurador de Leclerc é o filho de Jean Todt, o todo poderoso presidente da FIA. E isso, na opinião de Vettel, poderia trazer para o novato as atenções de toda a equipe Ferrari.
Como resumo da ópera, o diretor esportivo da Ferrari, Mattia Binotto, terá agora uma difícil tarefa pela frente : fazer conviver mais ou menos pacificamente dois pilotos que ambicionam, cada qual com sua dose de razão, ser o número 1 da equipe !