Quando a Honda percebeu que abaixo do Civic, lançado no longínquo ano de 1972 e objeto de numerosas atualizações, a ponto de hoje estar em sua décima série, havia espaço para outro carro, de dimensões menores, decidiu, em 1981, fazer o City, vendido no Brasil, na África do Sul e na Ásia. Sucessivamente partiu para um hatch, e aí veio o Honda Fit (vendido na Europa com o nome de Jazz), que estreou em 2001 e se encontra hoje na terceira série, lançada em 2015 e objeto de uma remodelação em 2017.
Com o Civic medindo 4,52 metros e tendo 1,80 de largura, o Honda Fit apareceu com 4,03 de comprimento e 1,69 de largura mas bem mais alto, com seus 1,67 m contra os 1,43 do Civic. Estes números, em sua frieza, dão a exata noção do que a Honda pretendeu : um carro mais prático no conturbado trânsito urbano mas que nem por isso se restringe a um uso na cidade, podendo perfeitamente viajar para qualquer lugar. E os 354 litros de seu porta-malas (que aumentam para 1.314 baixando o encosto do banco traseiro) acomodam relativamente bem a bagagem de seus ocupantes, embora abaixo dos 420 litros oferecidos pelo Civic.
Seu motor, na versão vendida em toda a América do Sul, é um 4 cilindros flex de 1.497 cm³ com único comando de válvulas e injeção indireta que desenvolve 118 cv a 6.600 rpm (a versão européia tem, com a mesma cilindrada mas usando só gasolina, 130 cv graças ao uso de um duplo comando de válvulas e injeção direta). Em minha opinião, é suficiente para o uso a que este Fit se destina, o de um tranquilo carro de família, sem qualquer pretensão esportiva. Aliás, quem tiver esse desejo estará muito bem servido com o Civic Type R e seu motor 2.0 turbo de 320 cv.
A suspensão do Fit, calibrada para as irregulares condições de piso encontradas no Brasil, atende perfeitamente às necessidades, constituindo um bom compromisso entre conforto e estabilidade. E seu câmbio, tanto na versão mecânica de 5 marchas como na CVT, completa com o motor um bom conjunto enquanto o sistema de freios, com discos ventilados na frente e tambor atrás, atua a contento, imobilizando o carro em espaços normais e sem qualquer desvio de trajetória.
Em suma, um carro honesto, que não promete o conforto de um Rolls Royce nem o desempenho de uma Ferrari, mas cumpre tudo o que dele se pode esperar, numa boa relação custo/benefício.