Com o T-Cross a Volkswagen atingiu o alvo. Fez um carro “certinho”, que certamente vai agradar a vários tipos de usuários, tanto homens como mulheres, e que deve – salvo uma clamorosa surpresa – conquistar facilmente sua fatia de mercado.
Disponível com dois tipos de motor turbo, ambos bem conhecidos, isto é o 3 cilindros 1.0 e o quatro cilindros 1.4, oferece sempre as respostas esperadas, tanto em termos de potência e torque disponíveis, como em relação ao consumo.
Para nossa avaliação, escolhemos o modelo com motor 1.0, que fornece 116 cv (com gasolina) e 128 cv (com etanol, sempre a 5.500 rpm, e tem seu pico de torque, com 20,4 kgfm a 3.500 rpm, com ambos os combustíveis. Naturalmente, mais do que isso é interessante ressaltar a quase linearidade da curva de torque, o que se transforma, para o motorista, numa agradável resposta do motor às solicitações do acelerador em qualquer situação de utilização do carro.
Este ótimo motor estava acoplado, no caso do carro testado, com um câmbio mecânico de 6 marchas e relações muito bem escolhidas, com engates de curso curto e precisos, que fazem esquecer, para quem gosta de pilotar, qualquer transmissão automática, por mais sofisticada que seja.
A isto se soma o útil “hill holder”, o mecanismo que mantém o carro freado para os breves instantes necessários (cerca de 2 segundos), numa subida, para engatar a primeira e pisar no acelerador. O carro não recua um milímetro sequer e torna a direção em cidade muito agradável, um detalhe geralmente bem apreciado pelo público feminino e pelos homens que não gostam muito de acionar o câmbio.
A frenagem é correta em todas as situações e imobiliza o carro sem qualquer desvio de trajetória enquanto estabilidade e conforto (dois itens frequentemente antagônicos) foram corretamente balanceados, tendo em vista o uso a que este T-Cross se destina. Mesmo nas esburacadas e totalmente irregulares ruas de São Paulo o conjunto se portou a contento, o que faz facilmente prever que, em pisos lisos (como, por exemplo, em Brasília), seu comportamento deverá ser ótimo.
Pelo resto deve-se destacar o bom acabamento (naturalmente dentro de sua faixa de mercado e preço), a habitabilidade para 5 pessoas, a boa visibilidade geral, a correta altura do solo (variável entre 188 e 191 mm dependendo do tipo de roda e pneu) enquanto o “design”, como de hábito, só pode ser julgado por cada um, já que gosto não se discute.