Após mais uma eliminação da Copa do Mundo de futebol feminino, retomamos a mesma pauta das edições anteriores: o projeto de renovação da Seleção Brasileira — chega a ser lamentável tratar desse assunto apenas de quatro em quatro anos, visto que deveria ser discutido todos os dias.
Vai chegar o dia em que não poderemos mais contar com Marta, Formiga e Cristiane. Hoje, elas são essenciais para a Seleção, pelo nível técnico e por um outro motivo preocupante: não há investimento em categorias de base, o que, caso houvesse, seria fundamental para o processo de renovação.
No Mundial da França, a média de idade do Brasil era segunda mais alta da competição (27,9 anos), ficando atrás somente dos EUA (28,5 anos).
Outro motivo para termos uma seleção tão experiente está relacionado à dificuldade que a mulher tem para se profissionalizar no esporte. Um homem tem mais oportunidades para ser contratado por um clube do que uma mulher.
Falta investimento para o feminino, e o Mundial da França trouxe novos aspectos para serem discutidos cotidianamente até a próxima Copa. No Brasil, tivemos uma grande mobilização social, inclusive da imprensa, para acompanhar a Copa do Mundo feminina e para torcer pela Seleção Brasileira. Nesse último mês, discutimos sobre a importância de valorizar o futebol feminino e sobre o que levou a CBF realizar um planejamento tão pífio de preparação para o Mundial.
A partir de agora, inicia-se um novo ciclo. Muita coisa ainda precisa ser revista, especialmente nos assuntos que são voltados aos que regem o futebol feminino no Brasil.