A reunião mensal da Anfavea enfocou um problema que eu conheço desde que cheguei ao Brasil, no já longínquo ano de 1946 : a burocracia. Aliás talvez escrever essa palavra com mais um erre (BURROcracia) seria mais adequado à realidade de uma praga que atrapalha e até tolhe em muitos empreendedores qualquer vontade de investir em novos projetos.
Uma enxurrada de leis, decretos, regulamentados ou ainda esperando sê-los, se soma a impostos federais, estaduais e municipais que causam uma perda de receita e um custo operacional (afinal todas as empresas se vêem obrigadas a manter caras equipes só para desvendar esse matagal de imposições legais) incríveis. Eu mesmo, outro dia, perdi 2 horas para conseguir pagar um imposto de R$ 15 de um catálogo importado da Suíça, que, aliás, até o ano passado não exigia esse pagamento.
Deixando de lado questões pessoais, não consigo entender como o Brasil consegue manter este ineficiente e infeliz arcabouço legislativo e não o substitui, no caso específico dos impostos, num único, que seria o IVA, de âmbito federal. Cabendo depois ao Governo distribuir equitativamente a porcentagem que caberia a cada Estado ou Município, conseguindo assim, indiretamente, acabar com a verdadeira “guerra fiscal” que os Estados implantaram, no afã de chamar para seu território novos e interessantes investimentos. As recentes “brigas” por ocasião da instalação de novos polos automotivos no Nordeste são um dos exemplos mais claros disso.
Para mim, esta é ainda uma esperança, sem muita convicção de que um dia, antes de morrer, possa vê-la transformada em radiosa realidade. Mas como a esperança é a última que morre…