A Honda estreou, em 1995, seu SUV denominado CR-V que chegou à sua quinta geração nos Estados Unidos em 2016 e sucessivamente na Europa e no Japão em 2018. Em 1998 foi a vez do HR-V , em 2015 apareceu, para os mercados da Ásia sudeste e México, o BR-V e finalmente, em 2017, foi a vez do WR-V, desenvolvido aqui entre nós e destinado, além do mercado brasileiro, também à Índia.
A diferença de comprimento, para usarmos apenas o mais evidente elemento de comparação, mostra 4,60 m para o CR-V, 4,35 para o HR-V e 4,0 m para o WR-V.
Este último, objeto de nosso teste, e é baseado no Honda Fit e utiliza o motor 1.5, de quatro cilindros em linha e único comando de válvulas, do tipo Flex, que fornece 115 cv (com gasolina) e 166 cv (com etanol), sempre a 6.000 rpm, e o torque máximo de 15,2 kgf.m (com gasolina) e 15,3 kgf.m (com etanol) sempre a 4.800 rpm.
A este motor pode ser acoplado um câmbio mecânico de 5 marchas ou um automático do tipo CVT que simula artificialmente, por meio de comando eletrônico, a troca de marchas. Esta, aliás, pode ocorrer em rotação normal, com a alavanca na posição D, ou em rotação mais elevada, com a alavanca em S e obviamente determina maior ou menor consumo de combustível.
No nosso caso, usamos sempre a posição D, pois entendemos tratar-se de um veículo sem qualquer pretensão esportiva e obtivemos, em uso urbano, a boa marca de 8,7 km/litro, naturalmente utilizando gasolina.
A primeira observação vai para o design que conseguiu, graças à inteligente utilização de componentes os mais diversos e ao desenho de outros, como os faróis traseiros e a grande dianteira, dar uma impressão de tamanho maior do que o real. E, além disso, de “força”, o que tem um claro efeito positivo para impulsionar as vendas, pois o comprador não se sente ao volante de um SUV bem menor (como sua carroceria nua mostraria) mas de um veículo que é, por seu tamanho, ágil no trânsito urbano sem por isso ficar “pequeno” na estrada.
Rodando com ele, verifica-se que sua estabilidade é apropriada ao uso turístico a que se destina, e quem quiser usa-lo esportivamente vai ter que conviver com certa oscilação da carroceria, além de concluir que comprou o veículo errado. Seu poder de frenagem é normal, com um costumeiro sistema de freios a disco ventilados na dianteira e a tambor na traseira, e freio de estacionamento mecânico, acionado com leva no console, enquanto a direção utiliza pinhão e cremalheira, com assistência elétrica que entendemos ser perfeitamente adequada ao carro.
Por fim, a suspensão encara perfeitamente as irregularidades (uso essa palavra para ser gentil…) do piso de São Paulo, e utiliza um esquema amplamente testado, com McPherson na dianteira e barra de torção na traseira, que atende a todas as exigências.
Internamente o WR-V acomoda confortavelmente 4 pessoas, enquanto, como em qualquer outro veículo, em 5 o ocupantes o meio do banco traseiro não terá o mesmo conforto sendo que o espaço, em sentido longitudinal é normal.
A visibilidade geral é boa, a câmara de ré ajuda em manobras e apenas pode-se sentir, à noite, a falta de um espelho retrovisor ortocromático, de forma a minimizar o incomodo das eventuais luzes altas do carro que o segue. Mas, é claro, trata-se apenas de um detalhe…