Por Vagner Aquino
Para enfrentar a trinca de alemães GLA, Q3 e X1, de Mercedes-Benz, Audi e BMW, respectivamente, a Volvo chegou forte e lançou no Brasil, há um ano, o XC40. Em julho de 2018 foi a vez de o Brasil receber a configuração básica T4 do SUV premium, que não sai por menos de R$ 174.950. É justamente essa configuração que passou uma semana conosco para test-drive, em meio a cidade e estradas, comprovando a já tradicional dose de segurança e a direção praticamente perfeita da marca sueca.
Além de bonito e espaçoso, o XC40 dá trabalho à concorrência quando o assunto é motor. Sob o capô, leva o 2.0 Drive-E a gasolina com quatro cilindros em linha e 190 cv de potência. O torque é de (ótimos) 30,6 kgfm entre 1.300 e 4.000 rpm. Ainda com tais bons números, não é o mais forte entre adversários (e nem mesmo dentro de casa, onde os irmãos Momentum e R-Design são mais potentes), por isso, sai pela tangente se destacando no quesito custo-benefício. Boa estratégia.
Bem esperto em arrancadas e retomadas de velocidade, o modelo, de 1.648 quilos, chega aos 100 km/h em 8,4 segundos. A velocidade máxima é de 210 km/h, informa a montadora. Já ao sair da inércia, é possível perceber os predicados do câmbio automático de oito velocidades. Trocas praticamente imperceptíveis, precisas como poucos. Só cabe reclamar da ausência de borboletas atrás do volante para trocas sequênciais – tal opção, só mesmo pela alavanca.
Cabe dizer, ainda, que devido a este ótimo trabalho do conjunto câmbio e trem-de-força, o XC40 tem na economia um de seus principais destaques. Um SUV com motor 2.0 fazer média de 11,4 km/l na cidade, é de surpreender – positivamente. Para ajudar, o modelo conta com modo Eco no catálogo de itens de série e tem Start & Stop, que também ajuda a poupar combustível.
Na hora de dirigir, destaque para a ergonomia do XC40. Os comandos no volante, a regulagem elétrica do banco do motorista (o do passageiro, não tem) e a tela central (de 9″) bem posicionada facilitam a comodidade do condutor.
SÉRIE E OPCIONAL
Feito na fábrica de Ghent, na Bélgica, o XC40 ataca com faróis full LED com funções de nivelamento automático, painel de instrumentos digital personalizável de 12,3″, assistência 24 horas Volvo On Call, City Safety (sistema com frenagem automática) e mitigação de pista oposta – cuja função é evitar colisões com veículos que trafeguem em pista contrária. Além disso estão presentes: sistemas de alerta de mudança de faixa e de proteção em saída de estrada, seis air bags, sensor de estacionamento traseiro, assistente de partida em rampas, controlador de velocidade e, como opcional, o Pilot Assist, que consiste em direção semiautônoma em velocidade a até 130 km/h. Este, não sai por menos de R$ 5 mil.
Já que é um tipo de carro voltado à família, o modelo de entrada da Volvo, claro, tinha como obrigação prezar pelo conforto dos passageiros. E o SUV fez a lição de casa direitinho. Não tem um mega espaço, mas acomoda bem os cinco ocupantes em 2,70 metros de entre-eixos. A suspensão não tem todo aquele remelexo. É até rígida. E trabalha muito bem. No porta-malas, vão até 460 litros de carga.
AUSÊNCIAS
Adotar tração dianteira – sacrificando a integral das demais opções -, excluir câmera de ré e ter apenas uma zona de ar-condicionado foram alguns dos pontos que a Volvo decidiu adotar no XC40 para torná-lo o SUV mais barato da gama, composta ainda por XC60 e XC90. Porém, num carro deste porte, ter que usar o próprio smartphone para navegação GPS é quase inaceitável! E, infelizmente, diversas montadoras estão indo pelo caminho do espelhamento, retrocedendo, ao não pensar que celulares podem ser perdidos, esquecidos ou simplesmente, estarem fora de área, impossibilitando a navegação. Cabe refletir.