Bloqueado pelo líder, brasileiro “se joga” por fora do traçado com final que repercutiu no mundo inteiro!
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Lucas Di Grassi, piloto que representa o Brasil na Fórmula E, surpreendeu os 60 mil torcedores presentes ao e-Prix do México ao colocar o carro fora do traçado e conseguir a ultrapassagem que lhe daria a vitória a apenas alguns metros da linha de chegada. O feito levantou o já naturalmente animado público que lotava o Autódromo Hermanos Rodríguez, na Cidade do México, que vibrou muito com a que talvez seja a ultrapassagem mais imprevisível da história da Fórmula E. Com o resultado, Di Grassi passou a ocupar o quarto lugar no campeonato, com 34 pontos, reafirmando sua determinação de brigar pelo segundo título em 2019.
Lucas tomou o segundo lugar do britânico Oliver Rowland na 35ª volta e a partir de então iniciou a perseguição ao líder Pascal Wehrlein, que havia largado da pole e praticamente não havia sido incomodado até então. Nas voltas finais, Di Grassi passou a obrigar o líder a fazer diversas manobras para bloqueá-lo, o que favoreceu a aproximação do pelotão que vinha atrás – a foto da chegada mostra seis carros muito próximos, todos brigando por uma posição no pódio.
Na volta final, todos os pilotos tinham cargas de bateria entre 2% e 1%, o que tornou a chegada totalmente imprevisível, dependendo de como cada um trabalhasse sua conservação de energia nos últimos 2 mil metros. Em uma manobra final desesperada, Wherlein tentou “espremer” Lucas bloqueando a passagem do brasileiro a poucos metros da bandeirada, jogando o carro todo para a direita. Mas Di Grassi surpreendeu o alemão ao literalmente sair da pista para conquistar o primeiro lugar a apenas dois metros da linha de chegada (veja foto).
“Foi provavelmente a melhor vitória da minha carreira na Fórmula E, por que nesta pista é difícil ultrapassar e fazer as manobras no momento certo”, conta Di Grassi. “Inicialmente, a estratégia era manter a calma e poupar a energia do carro. E no final minha meta era fazer as ultrapassagens corretamente, o que é difícil aqui. Eu consegui ultrapassar o Oliver Rowland mesmo quando ele estava no modo ataque (que dá potência extra ao piloto)”, destaca Lucas.
A ultrapassagem que lhe valeu a vitória foi mais arriscada. “O Wherlein foi um pouco mais do que agressivo para defender a posição. Eu sabia que ele estava ficando sem energia. Na última volta, eu estava bem atrás, fingi tentar passar pelo lado de fora e com isso fiz ele abrir um pequeno espaço, o suficiente para colocar o meu carro. E o passei por lá. Foi uma última volta muito maluca. Ele fechou a porta, mas eu consegui passar e vencer. Eu não acreditava que tinha conseguido”.
Até o momento, a Fórmula E realizou quatro etapas, todas com vencedores diferentes. A próxima corrida será disputada no dia 10 de março, em Hong Kong. Confira a classificação do campeonato: 1) Jérôme D’Ambrosio (Bélgica), 53 pontos; 2) António Félix da Costa (Portugal), 46; 3) Sam Bird (Inglaterra), 45; 4) Lucas Di Grassi (Brasil), 34; 5) Pascal Wehrlein (Alemanha), 30; 6) Andre Lotterer (Alemanha), 29.