Fotos: Divulgação Ferrari
Nesta sexta-feira foi apresentada a Ferrari SF90, que em seu nome recorda o fato da Scuderia Ferrari, então com o nome Alfa Romeo, ter sido fundada 90 anos atrás por Enzo Ferrari, e que disputará o Mundial desta temporada.
Trata-se do carro de número 65 realizado pela Ferrari para disputar o Mundial, onde a firma italiana é a única a ter estado presente desde seu início, no ano de 1950. E o sexto da fase de motores híbridos, inaugurada em 2014. este carro foi projetado obedecendo ao novo regulamento, que impõe muitas modificações em relação ao ano passado, visando sobretudo tornar mais controlável o carro quando segue de perto outro e assim facilitar as tentativas de ultrapassagem.
Entre as modificações mais visíveis se destacam os aerofólios dianteiro e traseiro, sendo aquele mais largo e mais simples em seu perfil aerodinâmico enquanto este último é mais alto e mais largo. Paralelamente os desviadores de fluxo, nas laterais, tiveram sua altura reduzida e as tomadas de ar para os freios dianteiros foram simplificadas.
O peso total do carro aumentou de 733 kg para 743 kg com a obrigatoriedade do conjunto piloto + assento pesar no mínimo 80 kg. E a quantidade total de combustível que o carro pode levar aumentou de 105 para 110 kg.
Detalhes técnicos
Aerofólio dianteiro
O aerofólio dianteiro é uma das partes mais importantes do carro pois não apenas produz carga aerodinâmica mas também determina o tipo de fluxo que chega à parte posterior e, portanto, é um fator decisivo para se obter uma aerodinâmica satisfatória.
Neste ano a largura, de acordo com o regulamento, aumenta para 2 metros, isto é se torna exatamente igual á largura do carro mas não pode ter mais de 5 perfis horizontais e foram eliminados os acessórios verticais que se posicionavam junto às extremidades, ficando apenas um elemento vertical simplificado.
Com isto deseja-se tornar mais “firme” o desempenho do carro quando segue de perto outro.
Tomadas de ar para os freios dianteiros
Destinadas a resfriar os discos de carbônio, podem atingir mais de 1.000º. No decorrer dos anos, suas estruturas tornaram-se extremamente sofisticadas pois passam a ter também funções aerodinâmicas, o que foi praticamente vedado agora, devendo – ao menos em tese – servir apenas para sua função original de resfriamento.
Aerofólio traseiro
Como ocorreu com o dianteiro, neste ano o aerofólio traseiro é mais alto de 70 mm (870 mm contra 800 mm em relação ao plano de referência) e mais largo (1050 mm contra 950 mm). Suas laterais foram aumentadas em 100 mm e receberam as luzes traseiras, constituídas por duas fileiras de Led (são parecidas às já obrigatórias, pela FIA, para os protótipos LMP1 e LPM2)
Laterais
As placas destinadas a direcionar o fluxo de ar para uma zona determinada foram reduzidas em sua importância ao ser diminuído o espaços posto à disposição dos projetistas, que agora tem altura máxima de 350 mm em lugar dos 475 mm do ano passado.
Peso
O regulamento prevê um aumento de 10 kg no peso total do carro, passando de 733 kg para 743 kg, enquanto o combustível permitido aumentou de 105 kg para 110 kg. Porém o conjunto piloto + assento deve pesar no mínimo 80 kg. Caso não atinga esse peso, deverá ser colocado um lastro em posições pré-determinadas do carro.
Capô do motor
Em relação ao ano passado, o capô é mais estreito, de forma a melhorar a aerodinâmica do carro e “limpar” o fluxo que vai para o aerofólio traseiro. Contudo um cuidadoso estudo da fluidodinâmica interna permitiu atingir a mesma eficiência de refrigeração do carro do ano passado, embora ocupando um espaço menor.
Unidade de potência
A “Power Unit” da F1 é formada por vários componentes.
O primeiro é um motor tradicional, V6 de 1.6 cm³, acionado por um turbocompressor.
A seguir vem dois motogeradores : MGU-K (Motor Generator Unit Kinetic), que recupera a energia cinética gerada na frenagem e a acumula nas baterias até o timite de 4 MJ e MGU-H (Motor Generator Unit Heat) que recupera a energia cinética gerada pelo turbo.
Deve-se ainda lembrar que, além do conjunto de baterias, onde a energia recuperada é armazenada antes de ser utilizada, existe também um conjunto eletrônico de controle.
Tudo isso foi objeto de cuidadoso trabalho no sentido de sua otimização para melhor a eficiência tanto mecânica como térmica. Um trabalho que teve como pontos principais o processo de combustão do motor, o de recuperação de energia e o desenvolvimento dos fluidos, além da busca de redução de peso do conjunto de baterias..