Muito se tem discutido, ao longo dos anos, com relação à importância do Mundial de Clubes. Sobretudo após a inesperada eliminação de times sul-americanos já na etapa de semifinais (que deveriam representar apenas uma simples formalidade antes da final), provocando finais absolutamente inexpressivas que não acabam interessando a ninguém. A última, em ordem de tempo, foi a que opôs Real Madrid e Al Ain, um time praticamente desconhecido no universo do futebol e léguas longe de poder agora ser considerado o vice-campeão mundial.
Em minha opinião, desde que se deixou de realizar a final, em dois jogos, que opunha campeão da Copa dos Campeões e campeão da Copa Libertadores, a disputa foi perdendo seu brilho, importância e interesse. Que isso tenha sido acusado pelas brigas ocorridas especialmente em gramados argentinos, com grande destaque negativo para o Estudiantes (os mais velhos certamente se recordarão de um Estudiantes x Milan de triste memória para o futebol) é apenas uma explicação.
O fato – indiscutível – é que nem mesmo os interesses econômicos conseguiram sustentar este torneio, embora tenha permanecido, até seu final, uma clamorosa diferença na forma de ser encarado aqui e na Europa.
Por estas bandas, o título mundial é ainda considerado o natural e desejado degrau que se segue à vitória na Libertadores enquanto lá representa apenas uma conseqüência (nem sempre muito ambicionada) do triunfo na Champions. Esta diferença ficou clara na primeira entrevista do técnico do Real Madrid, o argentino Solari, ao chegar aos Emirados Árabes para a disputa da competição. Em extrema síntese, Solari disse “o importante é estarmos aqui, pois isso significa que vencemos a Champions, um torneio que se desenrola durante toda a temporada e opõe os principais clubes europeus.’
Em minha opinião, radicalizando o assunto, seria como o palito de um picolé, que só serve para segurar o sorvete. E depois é jogado fora… E vocês, amigos leitores, o que acham ?