A Conmebol definiu data e local da final da Libertadores: Madri, no Santiago Bernabéu. A principal justificativa para a mudança se deu pela segurança de atletas e torcedores; mas seria de uma imensa ingenuidade acreditar que essa foi a única razão. A meu ver, acima da integridade dos argentinos estão os interesses da entidade sul-americana por patrocínios e direitos de televisão.
Com a final do maior torneio da América do Sul sendo disputada na Europa, para quem é destinada essa decisão?
Tomando como base o raciocínio de que futebol é espetáculo, vejo este jogo voltado para investidores, ao invés de torcedores.
Futebol é espetáculo porque tem público. Nos estádios, encontra-se de tudo, desde torcedores fanáticos àqueles que passam 90 minutos sentados, cuja maior manifestação é uma salva de palmas para um lance de perigo.
Para a final, não imagino torcedores fanáticos no Santiago Bernabéu, tampouco um estádio lotado com festa.
Após 58 anos de história, a Libertadores perde sua essência e será disputada fora da América do Sul pela primeira vez.
Se as propostas que já haviam sido criadas para o futuro da competição, como final única em uma sede previamente definida, já aproximavam a Libertadores da Champions, hoje vemos que o torneio sul-americano se tornou europeu.