Frente à Argentina, Tite ousou e escalou o Brasil com Gabriel Jesus e Firmino. O ex-palmeirense jogou aberto pela direita, enquanto ‘Bobby’ atuou da mesma forma com a qual está acostumado no Liverpool. Além disso, Neymar esteve mais centralizado e recuado, conforme vem exercendo no PSG, após a chegada de Thomas Tuchel ao clube.
Para mim, a estratégia de Tite era clara: reforçar a marcação pelo lado direito e ter velocidade em caso de contragolpes, e não deu certo. Jesus ficou isolado, com pouca participação ofensiva. O jogador que atua como ponta deve ser veloz com jogadas que partem da ala para o centro do campo, e ele não possui essa característica.
Em paralelo, o maior trunfo de Neymar são as jogadas individuais, marcadas pelo drible — e não o passe em profundidade, um requisito de um exímio armador.
Com Jesus isolado e Neymar longe de sua melhor performance, pois não exercia sua função de origem, Firmino ficou apagado.
E por isso as melhores chances que o Brasil criou em todo o jogo surgiram de jogadas de bola parada: uma finalização de Miranda, barrada pelo argentino que tirou em cima da linha; uma falta cobrada por Casemiro, desviada na barreira e que raspou a trave de Romero; e o gol de Miranda, nos últimos minutos, aproveitando a falha da defesa celeste.
O Brasil só melhorou na etapa complementar, quando Richarlison entrou e Neymar foi para a ponta-esquerda.
Resumindo, Tite tinha boas ideias para o ataque. Elas apenas não funcionaram.
Ficou a lição.