O maior erro do Corinthians, que supera todas as falhas individuais dos atletas alvinegros na defesa — falhas, estas, clamorosas, que originaram os dois gols do Cruzeiro e que garantiram o sexto título da Copa do Brasil ao time celeste —, foi ter encarado, por apenas 45 minutos, os duelos do Mineirão e de Itaquera como uma final de torneio nacional.
A meu ver, o Cruzeiro, em 180 minutos, disputou uma final de Copa do Brasil. Já o Corinthians, me apresentou a postura de um time que disputava uma rodada qualquer do Campeonato Brasileiro, durante 135 minutos. Acordou, de fato, na etapa completar da partida em Itaquera.
E isso ficou nítido para mim em duas ocasiões: analisando a postura alvinegra no jogo de ida, no Mineirão — time totalmente recuado, jogando para não sofrer gols — e me surpreendendo com a escalação para o confronto da decisão mais importante do ano.
Não há como ter esperança em um time que começa o duelo com Jonathas e Emerson Sheik como titulares. Confesso que até o momento não entendi qual foi a estratégia adotada por Jair Ventura. Quiçá, a escolha de Sheik, tenha sido considerada pelo histórico do atacante em decisões importantes, como a final da Libertadores de 2012. A cabeça dele pode ser a mesma de seis anos atrás, mas o corpo não.
E o Corinthians só melhorou com a saída de ambos, no segundo tempo, quando Jair fez um ‘reparo’ na escalação. Era tarde para acordar, pois nenhum tipo de erro poderia ser permitido. Permitiu no fim, quando o psicológico foi abalado por causa de um gol anulado, e aí foi fatal.
Arbitragem
Além disso, a final da Copa do Brasil deixou ainda mais claro o despreparo da arbitragem brasileira e a urgência de haver um recurso eletrônico. No entanto, o sistema de vídeo ainda é utilizado como ‘muleta’ para os árbitros — fato que ficou evidente quando o árbitro principal deixou seguir o lance do pênalti em cima de Ralf, afinal, qualquer coisa, é só alguém chamar pelo rádio.
Pedrinho
Pedrinho foi o nome do Corinthians no jogo, um dos raros que ainda estão com o nome limpo no Parque São Jorge. Entrou no segundo tempo e, se não fosse pela atitude lastimável de Jadson, por pouco não definiu o rumo da partida — com 2 a 1 no placar, o alvinegro se fecharia, levaria a disputa para os pênaltis e não ficara tão exposto para contragolpes, como ficou e levou o gol mortal de De Arrascaeta.
Pedrinho é o que o Corinthians tem de melhor a ser explorado hoje; mas, como condiz no histórico do alvinegro, não deve ficar por muito tempo, infelizmente.