Sempre tive uma enorme vontade de conhecer a África do Sul, mas acabava desviando o foco para outros destinos. Até que minha amiga Renata disse: meu sonho é conhecer a África. Vamos comigo? E assim resolvemos, em companhia da sua filha Julia e minha prima Maira, voar para Joanesburgo e Cape Town (Cidade do Cabo).
A África do Sul possui três capitais: Cidade do cabo, a maior das três, é a capital legislativa; Pretória é a capital administrativa e Bloemfonteis é a capital judiciária. Com onze línguas oficiais (africâner, inglês, ndebele, sesotho do norte, sesotho do sul, swazi, tswana, tsonga, venda, xhosa e zulu), o país é o sexto no mundo em diversidade biológica, ou seja, abriga a maioria das espécies da terra! (fonte:wikipedia)
Optamos por um roteiro guiado, já que dirigir por lá é bem diferente do Brasil, e também porque teríamos pouco tempo para conhecer todos os lugares. Passamos um dia somente em Joanesbugo, e pudemos conhecer o Lion Park, que é como um zoológico enorme, com 800 hectares, no qual vivem leões e outros animais. Há controvérsias sobre criar os animais desta forma e usá-los como atração. De um lado, uns defendem que são mal tratados, dopados e dormem em jaulas. De outro, dizem que são animais que não sobreviveriam sozinhos na savana e que foram resgatados por estarem em perigo. Eles não me pareceram dopados, mas sim domesticados.
Nesse parque você pode optar por fazer o passeio com seu próprio carro ou em veículos protegidos do parque. Se a opção for se aventurar com seu carro, siga estritamente as regras, pois uma mulher que abriu a janela para fotografar melhor os leões, foi arrancada do carro por uma fêmea, resultando em um acidente fatal.
A atração mais fofa do parque é o contato com os filhotes de leões. Como crescem em cativeiro, acabam ficando mais dóceis, o que permite brincar com os bichinhos. Mas ainda assim, são grandes e qualquer movimento mais intenso pode machucar. Eu mesma tive um arranhão do leãozinho que quis pendurar nos meus cabelos e subiu nas minhas costas.
Você também pode alimentar as girafas e caminhar com um guepardo.
O preço da entrada é cerca de USD$ 20,00 (ZAR 300) para o safári guiado e interação com os filhotes de leões.
Saímos de Joanesburgo cedo rumo ao que seria nossa maior aventura na viagem: Kruger Park. No caminho paramos em Mpumalanga, para conhecer o cânion. Uma parada que recomendo, se estiver indo de Joanesburgo ao Kruger Park de carro.
No Kruger Park, fomos recebidas no Kapama River Lodge, um hotel maravilhoso que conta com uma reserva privada em meio a 13.000 hectares de selva nativa na qual vivem inúmeros animais. O hotel oferece cinco refeições (um café as 5 da manhã antes dos safáris, café da manhã completo as 9h, almoço, café da tarde antes do segundo safári do dia e jantar. A comida é ótima e toda noite tínhamos os funcionários do hotel cantando e alegrando o local.
A experiência mais surpreendente que tivemos foi o safári. Diferente de andar em um zôo, em que os animais estão todos em áreas pré delimitadas, no safári você sai em busca dos animais, no meio de seu habitat. Por isso, não há garantia de que você veja os famosos Big 5 (leão, rinoceronte, búfalo, leopardo e elefante). Saíamos do hotel sem saber que animal veríamos. Contamos com o excelente tracker Michael, que seguia as pistas deixadas e com nosso mega atencioso ranger, Ebenezer, que conduzia o jeep e que também entendia muito do comportamento dos animais.
É claro que há regras a serem observadas:
– não falar alto;
– não sair do jeep para fotos;
– usar roupas com cores neutras, para não chamar a atenção;
– Leve sempre um chapéu (de preferência com cordas para não voar) e óculos de sol.
– Logo pela manhã é frio, e no cair da noite também. Por isso, uma blusa mais pesada sempre é uma boa pedida. O Kapama fornece mantas para os hóspedes, mas nem todas as empresas de safáris tem esse cuidado. Então é melhor prevenir-se.
Fizemos ao todo três safáris e meio e infelizmente não conseguimos ver o leopardo. Mas chegamos perto. Nosso tracker encontrou uma presa ainda viva e disse que o leopardo estava por perto. Porém, tínhamos horário para voltar para o hotel e não tivemos tempo para procurar mais.
CAPE TOWN (CIDADE DO CABO)
Cerca de duas horas de vôo a partir de Joanesburgo encontra-se Cape Town (cidade do Cabo em português), um lugar realmente surpreendente.
Ao contrário do que pensava, é uma cidade moderna e cheia de vida. Suas ruas largas convidam a um passeio a pé durante o dia; à noite recomendo utilizar Uber, pois os moradores alertam dos perigos de assalto e aumento de pedintes.
Para corridas de táxi, o melhor é combinar o preço antes de entrar, para evitar sustos no momento de pagar a conta.
Em meio à crise hídrica, a cidade recebe bem os turistas e conta com muitas opções de passeios e vários pontos turísticos.
Pontos turísticos:
Alguns lugares que fui e gostei:
Cabo da Boa Esperança: local onde o oceano Atlântico e o Índico se encontram, originariamente chamado de Cabo das Tormentas em virtude das fortes correntes marítimas. No caminho é possível ver os babuínos sentadinhos na montanha. Em todos os locais é proibido alimentar os animais; desrespeitar o aviso implica em multa.
Há um farol em seu topo. Você pode subir a pé (cerca de 20 minutos de caminhada) ou de funicular (ZAR 55).
Boulders Beach: -a praia dos pinguins, que ali se abrigaram em 1982 e nunca mais foram embora. Eles estão completamente ambientados lá e ficam tomando sol, passeando e fazendo a alegria dos turistas.
Ilha das focas: acesso de barco a partir de Hout Bay (cerca de 30 minutos de barco), é uma pequena ilha que abriga vários leões marinhos.
Water Front: na minha opinião o lugar mais gostoso de Cape Town. Um complexo com lojas, shopping, bons restaurantes e animação no qual você pode ficar por horas.
Lá jantamos no Baía, restaurante de frutos do mar excelente.
Table Mountain: é a principal atração de Cape Towm; uma montanha com o cume plano e que domina a paisagem da cidade. Vale a pena subir e conhecer suas trilhas no alto da cidade. É vasta em variedades de flora e fauna. Há duas formas de chegar no topo: uma é a pé, numa trilha enorme e boa para quem tem preparo físico. Outra forma é de bondinho giratório, que permite que você veja a cidade de vários lados. Mas prepare-se. A fila é enorme e ficamos cerca de uma hora e meia para conseguir entrar no transporte. O preço é ZAR 300 (ida e volta).
Vinícola Groot Constantia: Cape Town possui uma rota de vinhos que merece ser explorada. Tivemos pouco tempo lá e só conhecemos uma delas. Há um restaurante na vinícola e depois é possível fazer uma visitação na produção de vinhos, seguida de degustação.
Como chegar: há voos diretos até Joanesburgo partindo de São Paulo, com duração de 8 horas ou com conexão em Luanda.
O que é necessário: passaporte com validade mínima de 6 meses, contados da data do retorno da viagem; certificado internacional de vacina contra febre amarela; seguro viagem para uma eventual emergência.
Melhor época: evite os meses do verão (dezembro a março) em que as temperaturas médias são 30 a 40 graus e a umidade do ar é alta, que torna a viagem sufocante e desagradável.
Moeda: moeda oficial da África é o Rand (ZAR) mas no Brasil você não conseguirá comprá-lo. Você poderá levar dólar e trocar no aeroporto. Hoje 1 Rand equivale a R$ 0,25. A maioria dos lugares também aceita cartão de crédito.
Custo de alimentação: comer na África é mais barato que o Brasil; um prato com bebida é cerca de ZAR 350,00 (R$ 87,50) por pessoa em um restaurante 5*. Em Fast Food, uma pizza sai por R$ 13,00.
Gostaria de fazer agradecimentos especiais ao meu amigo Tulio Oliveira, que me emprestou as lentes para os clicks desta matéria. Ao tracker Michael e ao ranger Ebenezer, que foram excepcionais. E às minhas amigas Julia, Maira e Renata, que fizeram minha viagem mais que especial.