Tenho seguido com curiosidade o trabalho de Scolari no comando do Palmeiras e, no fundo, fico com pena do ótimo técnico. Pois ele não tem uma válida opção tática quando enfrenta um time fechado, dotado de um bom zagueiro central.
O caso mais evidente foram os dois jogos frente ao Cruzeiro pela Copa do Brasil, e provavelmente o problema vai se repetir amanhã, contra o mesmo adversário, agora pelo campeonato brasileiro.
Contra um zagueiro atleticamente forte e dotado de certa técnica como Dedé (longe de mim considera-lo um novo Luis Pereira), o Palmeiras tem usado e abusado dos chuveirinhos na área ou dos lançamentos em profundidade. E isto, exceto alguns lances isolados, como o gol de empate em Belo Horizonte protagonizado por Felipe Melo, não tem dado certo. E nem poderia ser de outra forma, pois no choque físico os jogadores do Palmeiras tem levado a pior.
A solução seria entrar na defesa adversária tocando a bola, como fazia o Barcelona em sua melhor fase. mas não tendo gente como Messi, Neymar e companhia, isso não funciona.
Então, no atual panorama técnico do futebol jogado no Brasil, a solução, em minha opinião, é utilizar um centroavante alto e robusto, dotado de certa habilidade no jogo aéreo. Ele atuaria de costas ao gol adversário, recebendo o lançamento longo, protegendo a bola e chocando-se com o marcador. Isto provocaria certa confusão no sistema defensivo adversário, faria sobrar seguidamente bolas no limite da área e aí quem vem de trás poderia tentar o chute a gol, com o goleiro adversário provavelmente tendo sua visão encoberta. Ou então, se tiver certa habilidade, tentar driblar um marcador e de dentro da área finalizar.
O exemplo que primeiro me ocorre é o italiano Luca Toni, que brilhou com essas características não só na Fiorentina e no Bayern mas também na Itália campeã mundial em 2006. E não me parece impossível encontrar, aqui na América do Sul e portanto a um custo razoável, um jogador com essas características. Scolari certamente seria bem feliz de te-lo em seu elenco !