Fotos: Claudia Carsughi
Em março de 2014 a Citroen a presentou, no Salão de Genève, o Cactus, um carro revolucionário no aspecto que se valia de soluções inusitadas e de uma busca obsessiva pela redução de peso. Assim antes de mais nada vale lembrar que se chamava C4 Cactus embora não utilizasse a plataforma Emp2 dos carros médios da PSA mas sim a mais leve PF1.1 da C3.
As inovações estilísticas começavam com as barras de proteção no teto, de forma um pouco diferente das usuais, e tinham seu ponto alto nas laterais das portas com proteções denominadas “airbump”. Tratava-se de um trabalho de desenvolvimento realizado em colaboração com a firma alemã Rehau, que as produz na sua fábrica espanhola de Tarragona. É uma pele de material termoplástico soldado num suporte rígido de forma a criar sacos de ar que podem ser comprimidos 20 mm, absorvendo assim os pequenos choques tão comuns em estacionamentos. Testes realizados na época indicavam que esses “airbump” resistiam a um choque com um carrinho de supermercado carregado com 40 kg de compras.
No interior as inovações também era inúmeras, desde o banco dianteiro inteiriço (para as versões com câmbio automático, que era acionado por botões) até o airbag do passageiro colocado no teto de forma a incrementar o espaço livre à sua frente. E a busca pela redução do peso passava até mesmo por vidros traseiros que se abriam em compasso, além de renunciar às várias possibilidades de regulagens do assento. Neste sentido, a aposta foi vencedora : entre a escolha da plataforma (que por si só representa 175 kg de diferença), o capô de alumínio e outras inovações (foi até diminuída a qualidade do líquido lava-vidros), a Cactus pesava 200 kg menos que um C4.
Esse conceito, contudo, não foi muito bem aceito pelo público e em 2017 a Citroën se rendeu e apresentou uma nova versão, bem mais tradicional. Na que é vendida na Europa, até mesmo as barras no teto foram abolidas, enquanto aqui foram mantidas mas, no todo, o design deste Citroën consegue dar a impressão de um carro maior do que efetivamente é. Assim, por exemplo, destacam-se os contornos dos faróis de neblina, brancos, que se repetem na lateral das portas dianteiras e nas barras do teto, fazendo um agradável contraponto à cor azul do resto.
Rodando com o Cactus destaca-se o conforto em todas as condições normais de solo, determinado pela adoção de amortecedores hidráulicos progressivos (são nada menos que 20 brevês) que se adaptam a cada instante às condições do piso. Substituindo os tradicionais tampões de fim de curso com uma peça encarregada de amortecer hidraulicamente as solicitações recebidas, foi possível utilizar uma regulagem básica macia, que atua perfeitamente em caso de irregularidades leves. Quando estas aumentam, entram em ação dois atenuadores que aumentam progressivamente a frenagem da compressão e da extensão. Isto é obtido com uma série de furos de tamanho decrescente no percurso do óleo do amortecedor, coisa que torna muito agradável (e confortável) dirigir este Cactus.
Com relação à segurança ativa , o carro tem um sistema de frenagem automática ao se deparar com um obstáculo a 30 km/h e acima dessa velocidade, ele se responsabiliza por diminuir gradativamente a velocidade, mas necessita da intervenção do motorista para a a frenagem total.
A Citroen, ao desenvolver esse novo projeto, teve um enorme cuidado com os revestimentos acústicos colocados em todo o carro, com materiais inovadores, mais leves e mais eficazes, tanto que o motorista consegue perceber ao dirigir o silêncio ao dirigir.
Pelo resto o motor, já conhecido, tem respostas imediatas, a transmissão funciona sempre a contento, o sistema de freios também e a estabilidade é muito boa.
Em suma, dentro de sua categoria, é difícil fazer algo melhor. Lembrando que seu preço começa em R$ 68.990,00 e vai até R$ 98.990,00 com bônus de R$ 3 mil reais para proprietários Citroen na troca.
Mecanicamente este Cactus