Quando Luiz Felipe Scolari assumiu a direção técnica do Palmeiras, o ambiente nas hostes alviverdes estava intranquilo, pois o elenco, caro, por sinal, não rendia à altura do esperado. Isto numa equação – muito dinheiro igual a bom time – que no futebol nem sempre é verdadeira.
Scolari entendeu logo que a primeira medida tática a ser implantada era reorganizar a defesa, que sofria gols inaceitáveis quando os dois laterais se lançavam simultaneamente ao ataque e não existia um marcador à frente dos centrais. Isto foi logo corrigido e hoje o Palmeiras se orgulha de não ter sofrido gols nos últimos 9 jogos. O posicionamento de Felipe Melo e Edu Dracena, por exemplo, mostra bem isso.
Paralelamente Scolari conseguiu recuperar psicologicamente alguns jogadores, dotados de bom potencial, mas que não estavam rendendo o que podiam. Casos de Dudu e, especialmente, de Deyverson e Borja, além de conseguir um melhor aproveitamento de Thiago Santos, hoje um valor seguro no meio de campo do Palmeiras.
À partir disso, o Palmeiras pode ser encarado hoje como um bom time (embora não tão bom como alguns pensam) e em condições de enfrentar qualquer outro time brasileiro. Pois, numa análise fria e desapaixonada, deixando de lado bobagens como “manto sagrado” e outras do mesmo quilate, o futebol jogado hoje no Brasil se nivelou por baixo.
Não existem mais times superiores, como podia ser o mesmo Palmeiras da “Academia” de Ademir da Guia ou o Santos de Pelé, e assim sendo nenhuma meta é inalcançável. E se Scolari conseguir levar este Palmeiras a um triunfo (poderia ser a Copa Brasil ou a Libertadores, por exemplo) terá ido bem além do que seria lícito esperar com outro técnico.