Acabou o jogo e fiquei me perguntando: o que realmente faltou para que o Brasil chegasse à semifinal? Evidentemente, marcar dois gols.
Poderiam ter saído dos pés de Paulinho, Jesus e Firmino que perderam chances claras na pequena área, fosse por alguns centímetros que os separassem da bola, fosse por péssimos domínios somados ao nervosismo na partida.
Poderiam também ter saído da conclusão de Thiago Silva, logo no começo do jogo, que carimbou a trave.
Poderiam ter saído dos pés de Renato Augusto, Coutinho ou Douglas Costa, que ficaram muito perto de balançar as redes.
E, é claro, poderiam ter saído dos pés de Neymar, mas ele parou em Courtois.
Faltou capricho na hora de concluir, de fato. Faltou Tite entender, com mais rapidez, que o meio-de-campo belga atuava com De Bruyne mais adiantado, diferente de como atuava até então. Quando percebeu, tivemos um jogo.
E que jogo!
Disparadamente o melhor desta Copa!
Faltou Courtois ter tido uma atuação semelhante à que teve contra o Japão. Faltou Firmino ter entrado mais cedo. Faltou Marcelo ter se projetado à frente de De Bruyne. Faltou Coutinho começar a gostar do jogo mais cedo.
Há costume de que, toda vez que o Brasil é eliminado do Mundial, surja algum culpado. Longe de ser Fernandinho, Tite ou Neymar, porque desta vez foi diferente. O Brasil cai sendo audacioso.
Para esta campanha, apontar que faltou coragem, vergonha na cara e outras justificativas superficiais é dar tiros aos ventos. É mostrar que não viu o jogo, mas torceu cegamente.
O trabalho realizado de 2012 até aqui não pode ser interrompido, pois há muito tempo não era exercido com tamanha coerência.
E essa é a maior dor da eliminação. O Brasil vinha tão bem, havia sofrido apenas um gol em quatro jogos, vivia numa crescente ao longo do torneio, e caiu diante de uma das favoritas ao título.
O Brasil jogou melhor, mas a Bélgica foi mais competente.