Se a Bélgica tinha de provar alguma coisa neste Mundial, ela conseguiu. A melhor geração da história da seleção belga deu provas de que era uma séria candidata ao título. Não chegou à final, simplesmente, porque caiu diante de uma das mais tradicionais seleções da Copa — a França vai à sua terceira grande decisão do mundo, em 20 anos.
O terceiro lugar na Copa do Mundo — a melhor colocação de história — é resultado de um grande investimento no esporte. Isso mostra todo o potencial que o país tem, de agora em diante, para se consolidar ainda mais no cenário mundial.
Contra a Inglaterra
Na disputa pelo terceiro lugar, me chamou a atenção a grande concentração de atletas que disputam a Premier League. Pelo lado belga, nove atletas da liga inglesa atuaram no confronto, enquanto do outro lado todos os atletas que vestiam-se de vermelho atuavam na liga local.
Diante disso, gerava-se a maior expectativa de um bom duelo, bem diferente de como foi o encontro, sem gols, entre belgas e ingleses, na primeira fase. O que aconteceu em Saint Petersburg foi um confronto de extremos.
De um lado, uma Inglaterra absurdamente previsível em suas jogadas, com Kane em um dos seus piores dias nesta Copa — mesmo assim terminará o torneio como artilheiro, com seis gols, sendo três de pênalti e um meio sem querer. Quem realmente poderia fazer a diferença neste time — Dele Alli e Lingaard — começou no banco e só entrou na segunda metade da etapa complementar.
Do outro, uma Bélgica que contou com o talento de seus homens de frente. Lukaku, no primeiro tempo, deu excelente passe para Chadli, que encontrou Meunier, que apareceu como centroavante e completou de canela para o gol. Depois, no segundo tempo, foi a vez de De Bruyne arrancar em velocidade, e deixar Hazard em excelentes condições para matar o jogo.
O pragmatismo inglês levou a seleção ao quarto lugar da competição. O brilhantismo belga, ao pódio, e com o gosto de que ainda é possível fazer mais no futuro.