Vice-campeã da Copa de 2014, a Argentina vive, atualmente, um cenário totalmente incerto. Hoje não é possível afirmar que essa seleção briga pelo título do torneio, assim como uma eliminação precoce na primeira fase também não seria encarada como uma surpresa.
A Argentina quase ficou fora da Copa. Isso porque passou por três trocas de treinadores: Tata Martino, Edgardo Bauza e, agora, Jorge Sampaoli. Neste período, foram muitas trocas na equipe titular e no esquema.
É um time que, no papel, é muito forte, pois tem um exército de estrelas do meio para o ataque; mas ainda é mal administrado. Houve — e ainda permanece — a polêmica de que Messi e Dybala não podem jogar juntos, porque cumprem a mesma função tática.
É por essas e outras que acabou sofrendo uma sonora goleada por 6 a 1 para a Espanha. E mais: busca neste Mundial uma reconstrução de imagem.
Vale lembrar que ainda há a pressão de não ganhar um título há 25 anos, desde a Copa América de 1993.
Como jogam?
A incógnita que marca a Argentina não tem respeito apenas ao seu desempenho na Copa, mas também à forma de jogar. Sampaoli tem problemas em todos os setores. Na defesa, ele não sabe se vai jogar com dois ou três zagueiros. Vários nomes já foram testados como laterais e como parceiros de zaga de Otamendi, mas ninguém se firmou. No ataque, por outro lado, há diversos nomes de alto quilate no futebol mundial, como Di Maria, Higuaín, Dybala, Aguero e Icardi. Porém, nenhum deles conseguiu desencantar pela seleção nos últimos tempos.
A única certeza é: Messi joga e tende a jogar bem. Se o time jogar com ele (concluindo as oportunidades que o craque clareia) é certo que a Argentina tenha um bom rendimento. Caso contrário, a maré de fracassos tende a ficar ainda mais densa.
Além disso, há dúvida no gol. O goleiro Romero foi cortado por lesão no joelho. Aí resta a Sampaoli optar por Armani, arqueiro do River Plate que vive grande fase, mas nunca vestiu a camisa celeste, ou Caballero, reserva do Chelsea, que estreou pela seleção há um pouco mais de dois meses.
Para mim, o time deve ser esquematizado num tradicional 4-3-3: Armani (Caballero); Mercado, Fazio, Otamendi e Tagliafico; Mascherano, Biglia e Banega; Di Maria, Messi e Higuain.
Com três zagueiro, Mascherano fica mais recuado e Biglia passa a atuar ainda mais na proteção da defesa; mas aí vai da preferência de Sampaoli.