Na história do automóvel pode-se entrar de duas formas. Com um modelo inusitado e clamorosamente excelente ou aperfeiçoando, série após série, um carro que já nasceu bom.
O Passat, desde seu lançamento no longínquo ano de 1974, tomou este caminho e agora, em sua oitava série, chegou perto da perfeição. Incluindo aí a relação custo-benefício que o coloca muito à frente do “primo” Audi, em que pesem os evidentes esforços dos projetistas alemães para não provocar uma “guerra” interna no Grupo.
Este Passat, com seu excelente motor 2.0 turbo de 220 cv e um torque de 35,7 kgfm que se mantém elevado numa larga faixa de rotação, conquista o motorista desde o momento em que é dada a partida.
Banco confortável, ampla possibilidade de regulagem dele e do volante, boa visibilidade geral não obstante as dimensões do carro (são 4,767 m) o que permite acolher com grande conforto quatro pessoas (ou eventualmente cinco, mas aí o ocupante do meio do banco traseiro não fica tão à vontade, como, de resto, acontece em qualquer carro, por mais luxuoso que seja) são as primeiras coisas que impressionam favoravelmente.
Depois, com o passar dos quilômetros, percebe-se a boa resposta da direção (que tem assistência elétrica e portanto não rouba quase nenhuma potência do motor) sem, para isso, ser muito pesada, as ótimas respostas do sistema de freios (a disco nas quatro rodas, sendo os dianteiros ventilados), o agradável funcionamento da transmissão com câmbio automatizado de 6 marchas e dupla embreagem e a desenvoltura com que o motor responde às solicitações do acelerador e consequente facilidade com que se ultrapassam os reduzidos limites de velocidade existentes no Brasil. O que, por sinal, deixa logo uma imensa saudade das auto-bahns alemãs.
Percebe-se, também, que o Passat não é nada “gastão” em termos de consumo, e isso, somado ao seu tanque de 70 litros, garante uma elevada autonomia. O que permite evitar um eventual reabastecimento em desconhecidos postos de estrada, onde, infelizmente, a possibilidade de encontrar uma gasolina “batizada” está sempre à espreita. A este respeito, a montadora anuncia marcas de 10,4 km/l na cidade e 12,9 km/l na estrada.
A racionalidade é o ponto alto do Passat. Tudo é feito com extremo cuidado, como se percebe, por exemplo, pelo teto soldado a laser, pelas junções quase que invisíveis entre as chapas da lateral, a tampa do amplo porta-malas e as várias outras partes da carroceria e da mínima folga (cerca de 3 mm), sempre uniforme, entre elas. Igualmente as guarnições das portas são completas e muito bem feitas.
Este cuidado construtivo se encontra também no interior, com painel de plástico macio, incluindo o console central, e perfeitamente montado, os bancos tem um belo revestimento em couro e todos os comandos dão uma agradável sensação de qualidade. Muitos são os detalhes que chamam a atenção, como o fundo anti-ruído de todos os vãos, as luzes de cortesia nas quatro portas, o ar-condicionado tri-zona e inúmeros outros, o que fornece uma sensação geral de muito conforto e até mesmo luxo.
Tudo isso custa R$ 164.620,00, se quiser o teto solar há um acréscimo.