O GP da China, após umas 20 voltas em que nada de importante aconteceu, exceto a fechada de Vettel no companheiro de equipe Raikkonen na largada, que fez perder a segunda posição ao finlandês, começou a tornar-se interessante.
Primeiro foi o pit-stop, no qual Bottas conseguiu colocar sua Mercedes à frente da Ferrari de Vettel, e depois a incrível batida de Gasly em Hartley, seu companheiro da Toro Rosso, que fez entrar o “safety-car”.
Aí, num lance de excelente estrategia, a Red Bull parou seus dois carros para colocar pneus ultramacios e, com isso, poderem, tão logo o “safety-car” saiu, literalmente “voar”. Verstappen, como de hábito, não soube aproveita a chance, tentou uma ultrapassagem impossível sobre Vettel (que teve seu carro danificado e acabou num modesto 8º lugar) enquanto o holandês recebeu 10 segundos de penalização e fechou em 7º lugar. Mas Ricciardo, que é muito mais inteligente que Verstappen, aproveitou a oportunidade e, com uma série de emocionantes ultrapassagens, tomou a ponta, foi aumentando tranquilamente sua vantagem e venceu com total merecimento.
Do ponto de vista mecânico, este GP da China mostrou que a Ferrari está agora no mesmo nível da Mercedes e que a Red Bull é definitivamente a terceira força do mundial.
Quanto aos pilotos, continua o excelente momento de Raikkonen, que a tática da Ferrari frequentemente sacrifica em proveito de Vettel, bem como o também excelente momento de Bottas, que coloca-se à frente de Hamilton mas que não é normalmente sacrificado em favor de Hamilton, marcando uma clara diferença de conceito tático entre Ferrari e Mercedes.
Do ponto de vista negativo repete-se o comportamento irracional de Verstappen, que já deveria ter aprendido como se corre em F1 mas, provavelmente, jamais o fará. A menos que um dia (esperamos que isso não aconteça) encontre outro irresponsável e acabe seu domingo num hospital. A este propósito me recordo do sul-africano Jody Scheckter que no início de carreira, com McLaren e depois Tyrrell, ganhou o apelido de “paraquedista”, tal a forma como pilotava, mas depois colocou a cabeça no lugar e foi até mesmo campeão mundial com a Ferrari.