O GP de Baku apresentou um final inesperado e emocionante, após passar dois terços da corrida sem nenhuma disputa pela liderança, onde Vettel era líder absoluto e nunca ameaçado pelos rivais. A ponto da televisão pouco mostra-lo, já que todas as atenções se concentravam nas posições subsequentes, sobretudo no duelo entre os dois pilotos da Red Bull, Verstappen e Ricciardo. Um duelo, por sinal, que se concluiu com o abandono de ambos num choque em que a responsabilidade maior, em minha opinião, foi de Ricciardo.
Lembre-se que o australiano era 4º e perdeu a posição para o companheiro de equipe no pit-stop, tentando logo reavê-la na pista.
Aí Verstappen mudou uma vez de trajetória (o que é permitido pelo regulamento) e mudou um pouco logo a seguir (o que seria proibido se a manobra tivesse sido total). Ricciardo perdeu a paciência e acabou enchendo a traseira do companheiro, fato pouco comum, pois o australiano sabe como poucos negociar serenamente uma ultrapassagem. Aliás, ambos receberam uma reprimenda da direção de corrida.
Com o ingresso do “safety-car” as últimas 4 voltas foram sensacionais, com Vettel tentando superar Bottas para assumir a liderança mas cometendo um erro e acabando em 4º, enquanto Bottas, quando se preparava para celebrar uma vitória mais que merecida, teve um pneu cortado por um pedaço de chapa que tinha ficado na pista após o choque entre as duas Red Bull. Assim a vitória caiu no colo de um Hamilton que nada tinha feito por merece-la e, junto, a liderança do mundial com 4 pontos de vantagem sobre Vettel.
Entre os pilotos dois jovens merecem muitos elogios : Perez, que levou sua Force India a um inesperado pódio e, sobretudo, o novato Leclerc que, com sua Sauber, acabou em sexto lugar. Para quem estava disputando apenas e tão somente seu quarto GP na F1, após ter tido uma brilhantíssima carreira nas formulas inferiores, a explosão de contentamento ao término da corrida foi mais do que justificada. E marca, em minha opinião, este piloto monegasco como um futuro ás do mundial.
Quanto aos demais, um ótimo Vettel no conjunto do fim-de-semana (foi dele a pole), um Raikkonen com altos e baixos, um Bottas pronto a desfrutar todas as oportunidades e uma vez mais à frente de Hamilton nos treinos e Ricciardo mais efetivo que Verstappen, o que não causa surpresa alguma.
Agora cabe esperar o GP da Espanha, em Barcelona, domingo 13 de maio, para ver se este inesperado triunfo e a liderança do mundial vão fazer Hamilton “acordar”…