Há exatos dois anos a CBF vivia dias de total conturbação. Marco Polo Del Nero tentava colocar o coronel Antonio Carlos Nunes como seu sucessor. Na época, ele estava licenciado e já corria o risco de ser suspenso pela Fifa. Além disso, naquele mesmo 15 de dezembro, acontecia o “Ocupa CBF”, movimento organizado pelo Bom Senso FC, em frente à sede da entidade, exigindo mudanças políticas. Aliás, no dia seguinte, Del Nero estava depondo à CPI do Futebol.
Hoje, o cenário é tão escuro quanto, porém com um feixe de luz — e já explico o porquê. O Comitê de Ética Independente da Fifa suspendeu Marco Polo Del Nero de qualquer atividade ligada ao futebol por 90 dias. O presidente da CBF ainda é investigado por crimes de corrupção, e por isso a punição pode ser estendida por mais 45 dias.
A suspensão de Del Nero deu-se após a defesa de José Maria Marin acusar o atual mandatário de ter sido responsável por chefiar os esquemas ilegais envolvendo a CBF. Del Nero teria recebido US$ 6,5 milhões em propinas para beneficiar empresas de marketing esportivo.
Retomando o primeiro período do primeiro parágrafo desse texto, o “feixe de luz” remete ao afastamento de Del Nero e ao andamento — a passos curtos — do Caso Fifa.
Quanto à escuridão, trata-se de “nada de novo sob o Sol”. Coronel Nunes, aliado de Marco Polo, fica à frente da cúpula da CBF. Nada mudará no futebol brasileiro. Os políticos seguirão fazendo politicagem, e o esporte continuará escasso.