O GP de Abu Dhabi, que encerrou o campeonato mundial deste ano, acabou apresentando a esperada – e já anunciada nos treinos – superioridade da Mercedes. E esta superioridade se tornou clamorosa quando, após o primeiro pit-stop, Hamilton decidiu tentar buscar Bottas e assim encerrar o mundial com mais uma vitória.
Com efeito, o finlandês aproveitara integralmente sua pole para largar muito bem e logo estabelecer uma vantagem razoavelmente confortável sobre Hamilton, firme no segundo lugar. E Vettel, com a Ferrari, estava então em terceiro, a cerca de 8 segundos do líder. Mas quando Hamilton decidiu lutar pela vitória, ficou mais duas voltas na pista após o pit-stop de Bottas, e começou a dar o máximo, esta vantagem dos dois carros da Mercedes sobre Vettel subiu rapidamente, até chegar perto dos 20 segundos.
Aí a corrida viveu pela luta entre Bottas e Hamilton, em que Bottas deu o melhor de si e sempre conseguiu deixar Hamilton a uma distância se não confortável pelo menos suficiente para impedir qualquer tentativa de ultrapassagem. Até que Hamilton desistiu, contentou-se com o segundo lugar e Bottas pode ainda marcar a volta mais veloz da corrida, conseguindo o que os ingleses denominam “hat-trick”, isto é fazer a pole, vencer a corrida e marcar a volta mais rápida. Uma apresentação em alto nível, que refaz de vez a confiança do finlandês em si mesmo, um pouco abalada pela má fase atravessada após a pausa estiva do mundial. E sinaliza à direção da Mercedes que poderá contar com ele em alto nível para a próxima temporada.
No resto, com Ricciardo eliminado uma vez mais por problemas mecânicos, Raikkonen, que o seguia, limitou-se a garantir o quarto lugar à frente de Verstappen, que não conseguiu extrair de sua Red Bull o mesmo desempenho que vinha tendo até então Ricciardo.
O GP viveu, por sinal, pelas lutas nas posições intermediárias já que na frente percebia-se facilmente que nada aconteceria, a não ser ocorrer um problema mecânico. Situação que – convenhamos – não é a melhor para despertar o interesse dos espectadores.
No setor pilotos cabe ainda uma menção à atuação de Felipe Massa que, em sua 169.a presença na F1, conseguiu levar sua Williams ao décimo lugar. O máximo que era possível fazer e que marca de forma positiva seu adeus à categoria máximo do automobilismo. Um adeus em que, em minha opinião, sobressai o título mundial perdido por culpa da trapalhada do box Ferrari em Cingapura e que teria sido o digno coroamento de uma excelente carreira.
Um passeio da Mercedes
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