O torcedor corintiano foi o primeiro a poder soltar o grito de heptacampeão brasileiro, e em meio às comemorações alvinegras, os rivais retomam as discussões sobre a oficialização da CBF de unificar os títulos nacionais de 1959 a 1970, que definiu os maiores campeões do país. Com respeito a isso, gosto de lembrar uma reflexão proposta pelo professor e historiador Censo Unzelti: “Dom Pedro I foi o primeiro presidente do Brasil?”.
Tratam-se de diferentes nomes e importâncias em suas respectivas épocas. Acredito que até seja válido equiparar Taça Brasil e Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão, ao Campeonato Brasileiro; mas de forma informal. O que não é aceitável refere-se ao fato de dizer que os três torneios possuem o nome de “Campeonato Brasileiro”.
A Taça Brasil, por exemplo, tinha formato de Copa, com as primeiras fases disputadas regionalmente. Seria essa a legitimidade a compreendê-lo como um torneio nacional como Brasileiro, bem como também serve de argumento a quem defende a equiparação com a Copa do Brasil. Afinal, se a unificação tem como propósito unir todos os títulos nacionais, por que não incluir o atual mata-mata?
Para discutir a unificação, é preciso fazer um estudo detalhado de cada torneio, levando em consideração a sua importância perante o contexto histórico.
Em resumo, a grande verdade é que a unificação dos títulos dos três torneios não foi nada mais do que um agrado da CBF a dirigentes do futebol brasileiro. Palmeiras e Santos foram os maiores beneficiados, cada um com quatro títulos. Pelé virou hexacampeão brasileiro, superando Andrade e Zinho, que possuem cinco nacionais, e se tornou o principal recordista de títulos; só que de todos os agrados, esse foi o menor.