O Paris Saint-Germain atropelou o fraco Anderlecht por 5 a 0, pela Liga dos Campeões. A goleada, no entanto, não se deu apenas pelo fato de de a equipe parisiense estar recheada de estrelas, mas por todo o trabalho tático apresentado.
É agradável ver o PSG jogar, pois é um time leve, rápido e que passa os 90 minutos buscando o ataque. Para quem não assistiu ao duelo e apenas viu o placar o final, deve imaginar que a vitória foi construída graças ao poderoso trio ofensivo formado por Mbappé, Cavani e Neymar. Não é só isso.
A maior chave do esquema de jogo do PSG está no meio-de-campo. Contra o Anderlecht formaram o meio Verratti, Rabiot e Draxler. Quando o primeiro se lançava ao ataque, o segundo o cobria. Quando Draxler não atuava centralizado, caía para a ponta-esquerda — onde rende muito bem —, e aí Neymar tinha mais liberdade para se movimentar pelo centro.
Com respeito a Rabiot, esse sim tem papel extremamente fundamental: versátil, flutua por todos os setores do campo, dando a cadência necessária ao time.
O PSG ataca com pelo menos três atletas próximos. É compacto e chega à meta adversária em superioridade numérica. Não foi à toa que dos cinco gols, quatro foram marcados por jogadores de marcação, justamente em razão dessa liberdade que volantes e laterais têm de se lançarem ao ataque.
Quando estava 3 a 0 no placar, o PSG ganhou ainda mais poder ofensivo. Emery sacou Verratti e colocou o jovem promissor Lo Celso, que é meia. Fato é que a alteração não surtiu efeito de gangorra, e o time seguiu com forte sistema defensivo, agora liderado por Rabiot.
Defensivamente é eficiente. Ainda não tomou gols nesta Champions. A estratégia adotada por Emery para a marcação é de sufocar o adversário no meio-de-campo, com no mínimo dois atletas marcando o mesmo jogador oponente.
Eu fico curioso com relação ao dia em que o PSG pegar um oponente cuja especialidade seja jogar sem a bola. Ou seja, um time ‘retranqueiro’, mas que aplica contragolpes mortais. Dependendo do adversário, seria, no mínimo, interessante; mas acredito que todo o poder do PSG será realmente testado a partir das oitavas de final.