A Itália foi a unica seleção que já foi campeã mundial a não se classificar para a Copa de 2018 na Russia. Este desfecho podia facilmente ser imaginado após a derrota por 1-0 frente à Suécia no jogo de ida, já que o previsível esquema defensivo dos visitantes em San Siro impediria a vitória da Itália.
E foi exatamente o que aconteceu, com o 0-0 que não saiu do placar até o apito final do árbitro, embora o time da casa tenha tido uma clara supremacia territorial e um certo número de chances de gol, sobretudo nos minutos finais.
O resultado, em minha opinião, foi justo e não pode ser explicado pelos erros do técnico Ventura, tanto no esquema de jogo escolhido desde que está à frente da seleção como nos jogadores convocados. Esses erros certamente ocorreram e não foram poucos, mas apegar-se a eles para explicar a eliminação da Itália significa apenas e tão somente confundir conseqüências com causa. Como, aliás, vem fazendo boa parte dos meios de informação italianos e estrangeiros.
A causa determinante, para cuja eliminação nada poderia fazer o técnico Ventura, é o NÍVEL MEDÍOCRE, do ponto de vista técnico, da atual geração do futebol italiano. A ponto de vários veteranos ainda terem seu lugar na seleção, pois não apareceram elementos em condição de substitui-los. Assim, apenas para citar um exemplo, quem esperava que Verrati pudesse substituir à altura Pirlo, ou que De Rossi fizesse esquecer seus predecessores na posição, enganou-se redondamente, confundindo causa e efeitos.
Nesse exame fica em destaque a figura do veterano – e ainda muito bom – goleiro Buffon, que viu ruir por terra a esperança de ir pela sexta vez consecutiva a uma Copa do Mundo. E sua ida à área da Suécia, nos minutos finais, expressou bem seu desespero por um desfecho que certamente não estava em seus planos. Essa foi sua despedida da seleção italiana.
Agora certamente o técnico Ventura, que já estava sendo alvo de brincadeiras nos meios sociais, colocando uma S à frente de seu sobrenome ( o que forma a palavra Sventura, que em italiano significa desgraça), será despedido. E mesmo o presidente da Federação, Tavecchio, receberá muitas críticas. Mas, no fundo, nada mudará, pois o aparecimento de bons jovens jogadores não depende da vontade de ninguém, é apenas um processo de geração espontânea. Não fosse assim, e mesmo aqui no Brasil teriamos tido, nas últimas décadas, o aparecimento de muitos novos Pelés !
Buffon no ha pogut aguantar les llàgrimes després de l’eliminació d’Itàlia del Mundial. (via @casadelfutbol). pic.twitter.com/FwnA1urCC5
— Què t'hi jugues! (@QTJugues) November 13, 2017