Enquanto a Volkswagen apresentava a nova geração do Polo, com algumas interessantes mudanças de estilo, tanto internas como até mesmo externas, fomos à Europa experimentar a versão com motor turbodiesel. Atraídos pela possibilidade de termos pela frente um campeão de economia, como efetivamente pudemos constatar, ao longo de muitos e muitos quilômetros, tanto em auto-estradas como em estradas regionais.
Antes de mais nada, vale lembrar que este turbodiesel se diferencia dos outros por um projeto em que, embora mantendo o esquema de 3 cilindros, aumentou a cilindrada dos tradicionais 999 cm³ para 1.422 cm³. Isto foi obtido com um diâmetro dos cilindros de 79,5 mm mas com um incrível curso dos pistões de nada menos que 95,5 mm. Um motor, portanto, que desde o projeto mostra a intenção de fornecer uma apreciável curva de torque e, consequentemente, um reduzidíssimo consumo.
Lembrando que o motor diesel tem uma brusca elevação de consumo quando se aumenta a velocidade, ao envés de desfrutar o limite de velocidade de 130 km/h vigente na Itália (que, por sinal, quase ninguém respeita) rodamos a 110 km/h. Com isto, o percurso rodoviário de 492 km de Arezzo a Torino, por exemplo, nos deu uma média de 27,03 km/l. Além de um custo de cerca 150 reais de pedágio. Se tivéssemos rodado a 130/140 km/h, isto é no fluxo normal da rodovia, teríamos obtido marcas de aproximadamente 18 km/l. A diferença, como se percebe. é clamorosa.
Mas onde este turbodiesel realmente superou qualquer expectativa, foi nas rodovias regionais, aquelas em que não há pedágio e onde a velocidade oscila ao redor de 70/80 km/h. Nestas condições, nosso Polo oscilou entre 34,5 e 37 km/l, números clamorosamente baixos. Tanto que, após os dois primeiros dias do teste, ficamos em dúvida quanto ao funcionamento do indicar de combustível, pois o ponteiro não se mexia da posição de tanque cheio. E foi só no terceiro dia que deu um leve sinal de vida.
Aqui tivemos, aliás, uma experiência inusitada e que acredito jamais se repetirá. Fomos de La Verna para Bibbiena, um percurso todo em descida e bem sinuoso, em que o motor ficava sempre no regime de marcha lenta (ao redor de 700 rpm) não sendo praticamente necessário acionar o pedal do acelerador. Por incrível que possa parecer, ao chegar em Bibbiena o computar mostrava um consumo de apenas 50 km/l, coisa que jamais pensávamos pudesse um dia ocorrer, em mais de 60 anos de testes de automóveis !
Ao lado deste motor, que além do consumo bem reduzido mostra uma índice de poluição (emissão de CO²) de apenas 95 g/km, fica um conjunto excelente em todos os sentidos.
Assim o bom câmbio mecânico de cinco marchas e a excelente estabilidade tornam muito agradável dirigir o Polo em estradas sinuosas, ao mesmo tempo em que o sistema de frenagem atua sempre a contento.
A isto se soma o bom acabamento geral, a ausência de ruídos, tanto de rolamento de pneus como aerodinâmicos, e a correta insonorização geral para criar a bordo uma atmosfera relaxante que não faz pesar a passagem dos quilômetros. Naturalmente com destaque para o agradável assento, que segura bem o corpo e fornece um bom apoio às costas e a correta visibilidade geral.
Em suma, um carro que me agradaria muito ter aqui no Brasil, embora não saiba como ele se portaria nas nossas esburacadas ruas e estradas.