A Hyundai tem, aqui no Brasil, seu modelo HB20 sendo o mais vendido de uma gama que inclui vários outros carros, todos de preço e dimensões maiores.
No resto do mundo, porém, existe um modelo que aqui seria de entrada, o i10, de certa forma semelhante mas claramente menor e que despertou nossa curiosidade. Sempre atiçada pela constatação de que o tráfego urbano exige cada vez mais carros menores mas nem por isso desconfortáveis.
Andamos por alguns dias com um i10 e ficamos positivamente impressionados com o carrinho. A começar por acolher bem 4 pessoas e continuando com sua capacidade de caber em qualquer espaço. Embora, uma vez sentados nele, não se tenha qualquer impressão de aperto e até ofereça um porta-malas à altura das necessidades de um veículos prioritariamente urbano. A ida ao supermercado, por exemplo, não causa qualquer problema na hora de voltar para casa com as compras !
A essa primeira impressão se soma um consumo bem reduzido, na ordem dos 16 km/l na cidade, o que reflete o bom rendimento de seu motor de 998 cm³ e 66 cv de potência a 5.500 rpm. Trata-se de um motor com bloco e cabeçote em alumínio, duplo comando e injeção no coletor de admissão. A isso se soma uma suspensão simples mas eficiente, incluindo um braço transversal com barra para atenuar a inclinação da carroceria na frente e um eixo de torção traseiro, com molas helicoidais. E o sistema de freios não economizou, com discos ventilados na frente e sólidos atrás, fornecendo uma resposta sempre eficiente seja qual for o piso.
Tudo isso contido num peso de apenas 933 kg, o que permite um bom desempenho e um consumo reduzido, pois em estradas regionais consegue-se facilmente fazer 21 km/l. Já em auto-estrada, andando no fluxo (isto é por volta de 130 a 140 km/h) o consumo aumenta para pouco mais de 14 km/l, mostrando claramente que esta não é a utilização visada.
Do ponto de vista de acabamento ele é superior ao dos concorrentes na mesma faixa de preço, tanto nos materiais utilizados como no cuidado em sua aplicação. Chama particularmente a atenção o reduzido nível de ruído, mostrando que não houve, no projeto, a exasperada economia de materiais fono-absorventes própria deste tipo de carro nem a renuncia a uma ampla utilização de guarnições de borracha no vão das portas. O que, por sinal, garante perfeita vedação a vento e chuva.
Em suma, trata-se de um carro altamente competitivo em termos de preço (lá na Europa), muito agradável e que, em minha opinião, poderia fazer sucesso aqui no Brasil.