Seria possível uma equipe, que conta com as mesmas peças, ficar desentrosada com o tempo? Ao assistir a apresentação do Brasil frente ao Equador me fiz esse questionamento, e cheguei a conclusão de que realmente é possível.
A última vez que o Brasil entrou em campo com os mesmos jogadores que atuaram em Porto Alegre, foi em março deste ano, para os duelos frente a Uruguai e Paraguai. Depois disso Tite ainda teve dois amistosos, diante de Argentina e Austrália, mas o treinador proferiu utilizar esses jogos para testar outros atletas que até então pouco haviam sido chamados.
Foram, portanto, cinco meses sem atuarem juntos. No retorno, tiveram pouco menos de uma semana para restaurar o entrosamento. Para mim, isso ficou nítido durante todo o primeiro tempo. O setor que se mostrou mais entrosado foi a defesa, mas no segundo tempo, porque contava com três jogadores do Paris Saint-Germain.
O Brasil melhorou com a entrada de Philippe Coutinho no lugar de Renato Augusto — excelente sacada de Tite, por sinal. A movimentação no ataque se encaixou melhor, e os gols, enfim, apareceram.
O segundo gol aparentou um bom entrosamento entre Coutinho e Jesus. Talvez seja uma falsa impressão, porque a mim prevaleceu a individualidade dos dois atletas do que, simplesmente, o coletivismo.
Fato é que o Brasil demorou para se acertar na partida, e isso é decorrência de um longo período dos jogadores sem atuarem juntos e de um curto espaço de tempo para recuperar o entrosamento. A tendência é de que, frente à Colômbia, na terça-feira, esteja melhor.