Por Marcos Junior Micheletti
Pela primeira vez com pista molhada em Marina Bay, pelo menos em sua fase inicial, a largada do GP de Singapura foi determinante para o destino da prova, vencida por Lewis Hamilton. Verstappen não largou bem e perdeu terreno para Raikkonen, que viu uma brecha para ultrapassá-lo.
Porém, como é de feitio do holandês, ele fechou a passagem ao oponente. Ambos bateram na primeira curva e abandonaram. Mas, aqui, vale uma ressalva: Verstappen precisou fazer um movimento à esquerda por conta da manobra de Vettel, que afunilou seu caminho. Ambos acabaram absolvidos pelos comissários, assim como Raikkonen, o que acabou sendo mesmo o mais coerente.
Vettel também foi atingido na lateral esquerda de sua Ferrari (justamente pela Ferrari de Kimi) e acabou rodando na sequência e batendo, perdendo a asa dianteira. Ele abandonou a prova. Caminho livre para Hamilton, que passou à primeira colocação. O safety-car foi acionado e a corrida praticamente se definiu em seu começo.
Hamilton, na liderança, precisava apenas ser rápido para evitar um ataque de Ricciardo e, ao mesmo tempo cuidadoso, pois o asfalto molhado em uma pista estreita e com raríssimas áreas de escape, era uma armadilha constante.
Mas o inglês, com sua larga experiência, soube administrar bem para chegar à sua 60ª vitória na F1. Um fim de semana em que ele dava sinais de que seria coadjuvante com sua Mercedes, por conta das performances excepcionais de Ferrari e Red Bull nos treinos.
Com Vettel fora de combate, Hamilton abriu 28 pontos de vantagem para o ferrarista, que agora precisará contar com algum dissabor do inglês para voltar a sonhar com o pentacampeonato, que ainda assim, segue em aberto, claro.
A pista foi secando, o que permitiu com que todos substituíssem os compostos intermediários ou de chuva extrema (caso de Massa) por ultramacios e macios.
Com ritmo consistente, Hamilton foi abrindo em relação a Ricciardo, que voltou a subir ao pódio em segundo lugar, mais uma vez demonstrando ser um dos grandes nomes da temporada, com uma diferença abissal para Verstappen no campeonato. Bottas, discreto, sem outros carros fortes em seu encalço, foi o terceiro.
Felipe Massa poderia ter conquistado alguns pontos, mas a demora em substituir os pneus de chuva extrema para ultramacios, lhe custou uma perda de tempo na pista muito grande. Assim, terminou em 11º, três posições atrás de seu companheiro de equipe, Lance Stroll, que beliscou mais quatro pontos para a Williams com um bom oitavo lugar.
A próxima prova do Mundial acontece em duas semanas, também em solo asiático, o GP da Malásia, em Sepang, no dia 1º de outubro. Pensando no embate entre Mercedes e Ferrari, as longas retas e as curvas de alta, em tese, favorecem os carros prateados.
No ano passado em Sepang, após as duas Mercedes partirem da primeira fila, com Hamilton e Rosberg, a vitória acabou “caindo no colo” de Ricciardo, após o motor do carro do inglês apresentar problemas a 16 voltas para o final. A Red Bull fez a dobradinha, com Verstappen em segundo. Rosberg completou o pódio malaio.